São Paulo - Com a compra da rede Ale por 2,17 bilhões de reais, a Ultrapar vai fortalecer seu negócio principal, a Ipiranga, e acelerar a consolidação da marca em lugares onde ela ainda tem pouco espaço.
A transação aproximará sua fatia de mercado (hoje de 14,9%) da parcela da líder BR Distribuidora, da Petrobras (de 19,4%). A porção correspondente à Ale é de 3,1%, logo, juntas, elas teriam 18% do setor.
Os dados são do último boletim da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), divulgado em maio.
O grupo Ultra atua em diversos segmentos e detém também as marcas Ultragaz (gás), Oxiteno (que fabrica óxido eteno e derivados), Ultracargo (de armazenagem para granéis líquidos) e Extrafarma (rede de farmácias).
Mas o braço de venda de combustíveis ainda é o centro de suas operações e foi responsável por 86,4% das receitas obtidas em 2015.
A aquisição dará impulso a uma estratégia já desenhada pela companhia: a de aumentar o número de postos onde ela ainda tem participação pequena.
A Ale é sediada em Natal, no Rio Grande do Norte, e tem forte atuação em todo o Nordeste, o que "complementa geograficamente" a rede da compradora.
"Com ela, a Ipiranga terá maior presença em regiões com alto potencial de crescimento", afirma o diretor-presidente do Ultra, Thilo Mannhardt, em comunicado
Do plano de investimentos de 1,8 bilhão de reais da Ultrapar para este ano, 887 milhões estão prometidos para a distribuidora de combustíveis.
Grande parte dessa fatia (354 milhões) será usada na expansão de postos e franquias am/pm e Jet Oil, principalmente nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Escala
Com a associação, a Ipiranga somará à sua cadeia (que tem 7.241 postos), os cerca de 2.000 pontos de abastecimento da Ale, além das 260 lojas de conveniência e 10 bases de distribuição.
Ela já tem em seu portfólio 1.919 lojas am/pm e 1.473 unidades Jet Oil, serviços nos quais investe há alguns anos com o objetivo de se firmar como uma varejista e não apenas uma vendedora de gasolina.
Ao que tudo indica, esse plano será mantido. "A Ipiranga pretende estender sua estratégia de diferenciação por meio da oferta de serviços à rede Ale", diz a empresa em nota.
Além de escala, com a compra, Ultrapar espera ganhar mais eficiência logística.
"O grande motivador para essa operação são as sinergias em termos de capilaridade. Elas são difíceis de captar no curto prazo, mas fazem todo o sentido no longo", afirmou o professor Rafael S. Mingone, da Trevisan Escola de Negócios.
Aprovações
O negócio ainda precisa ser aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Até lá, as empresas seguem como concorrentes, com atividades totalmente separadas.
Dos 2,17 bilhões de reais que serão desembolsados pelo grupo Ultra para a compra da Ale, ainda será deduzida a dívida líquida da rede em 31 de dezembro de 2015 (que era de 737 milhões de reais).
O montante também está sujeito a ajustes de capital de giro e endividamento líquido na data de conclusão da operação.
Números
O faturamento total da Ultrapar no ano passado foi de 75,6 bilhões de reais, crescimento de 12% ante 2014. Seu lucro líquido atingiu 1,5 bilhão de reais, aumento de 21%.
A controladora terminou 2015 com 3,5 bilhões de reais em caixa e aplicações financeiras.
No mesmo período, a receita líquida da subsidiária Ipiranga foi de 65,3 bilhões de reais, aumento de 11% ante o ano anterior.
A distribuidora vendeu 25,7 bilhões de litros de combustíveis, em linha com o volume comercializado em 2014.
Já a Ale teve uma receita de 11,3 bilhões de reais em 2015, queda de 2% ante os 12 meses anteriores. Seu lucro líquido foi de 33,6 milhões de reais, baixa de 22% ante o ano anterior.
A empresa vendeu 4,4 bilhões de litros de combustíveis no ano passado, 12% menos que em 2014.
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1. Negócios fechados
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1/12 (Patricia de Melo Moreira/AFP)
São Paulo – Grandes
fusões e aquisições podem levar meses, até anos para serem concluídas, depois do anúncio. É preciso ter consenso de uma série de detalhes, além de aprovações para que o acordo possa realmente sair do papel. Nesta lista, fornecida pela Merrill DataSite, empresa de solução de data room virtual para processos de due dilligence, estão reunidos os 10 maiores negócios concluídos no país em 2015. Confira o estudo completo com o detalhe de cada transação a seguir.
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2. Telefônica Brasil
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2/12 (REUTERS/Susana Vera)
Alvo: GVT Em agosto de 2014, a
Telefônica
Brasil pagou R$ 26,2 bilhões por 100% das ações da
GVT, que então pertenciam a francesa Vivendi. Mas o negócio foi concluído apenas em maio de 2015 e por isso lidera o ranking.
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3. Altice
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3/12 (Bloomberg)
Alvo: PT Portugal A francesa Altice concluiu a aquisição de 100% do capital social da PT Portugal por aproximadamente R$ 20,1 bilhões. Grande parte do montante foi destinado ao pagamento das dívidas da PT Portugal. A compra foi anunciada em novembro de 2014, mas só foi concluída em junho de 2015.
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4. Oi
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4/12 (Marcelo Correa / EXAME)
Alvo: Portugal Telecom Depois de uma longa negociação,
Oi e
Portugal Telecom concluíram um acordo de fusão, anunciado em 2013. O negócio envolveu R$ 14,7 bilhões em ações da Portugal Telecom incorporadas pela Oi de acionistas privados. O negócio, concluído em setembro de 2015, acabou por criar uma nova operadora de telecomunicações, a CorpCo, uma multinacional com cerca de 100 milhões de clientes. Pelo acordo, a PT passou a deter 25,6% do capital social da empresa criada, com a opção de aumentar sua participação em até 37,4% - o restante ficou com a brasileira Oi.
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5. Cielo
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5/12 (WIKIMEDIA COMMONS)
Alvo: Nova empresa A
Cielo e a subsidiária do
Banco do Brasil, Elo Cartões, formaram uma joint venture de R$ 11,6 bilhões, tendo R$ 8,1 bilhões sido aportados pela Cielo e R$ 3,5 bilhões em ativos do banco. A nova empresa fará a gestão das transações de débito e crédito feitas por meio do Ourocard, do Banco do Brasil. Das ações, 70% são da Cielo e 30% do banco (que tem participação na Cielo também e terá de forma direta e indireta cerca de 50,05% da joint venture).
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6. Rumo
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6/12 (Divulgação)
Alvo: ALL A Rumo Logística conclui a incorporação da ALL- América Latina Logística em março de 2015, quando as ações da ALL passaram a ser negociadas como Rumo na BM&F Bovespa. A companhia desembolsou R$ 10 bilhões pelo negócio.
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7. Ecolab
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7/12 (Divulgação)
Alvo: negócio de tratamento de água O negócio de tratamento de água e comercialização de produtos químicos da suíça Clariant no Brasil, Argentina e Colômbia foi adquirido pela Ecolab, por um valor não divulgado. Com a compra, concluída em março de 2015, a empresa americana pretende ampliar sua presença no setor.
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8. British American Tobacco
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8/12 (Germano Lüders/EXAME.com)
Alvo: Souza Cruz A empresa britânica British American Tobacco concluiu uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) na
Souza Cruz no valor de R$ 9,32 bilhões – R$ 27,20 por ação. Com a finalização da transação, a BAT passou a deter 97,70% do capital social da Souza Cruz, com o plano de tirar a companhia da bolsa de valores.
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9. JBS
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9/12 (Diego Giudice/Bloomberg)
Alvo: Divisão de carne suína Por meio de sua subsidiária norte-americana, a JBS comprou os ativos da divisão de carne suína da Cargill, sediada em Minnesota, por um valor de R$ 5,623 bilhões A divisão Cargill Pork inclui duas fábricas de processamento de carne, cinco de ração e quatro granjas de suínos.
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10. BTG
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10/12 (Thinkstock/Ingram Publishing)
Alvo: BSI Bank O banco brasileiro
BTG Pactual concluiu em setembro de 2015 a aquisição do banco privado suíço BSI Bank por R$ 4,954 bilhões – uma transação anunciada em julho de 2014. Foi a primeira vez que uma instituição bancária de investimentos brasileiro comprou um banco relevante na Europa.
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11. JBS
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11/12 (Divulgação)
Alvo: Moy Park Também em setembro, a Marfrig concluiu a venda de 100% do capital social da sua subsidiária irlandesa Moy Park para a JBS por R$ 4,851 bilhões. Com o negócio, a Marfrig espera focar em produtos que tragam maior ganho, como a exportação de carne bovina, enquanto a JBS pretende expandir o fornecimento de carne de aves para Ásia e Europa.
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12. Por falar em desafios...
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12/12 (Divulgação)