Karla e João Adibe Marques, da Cimed: "O resultado reflete o nosso compromisso em construir marcas fortes" (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 10 de junho de 2025 às 12h17.
Última atualização em 10 de junho de 2025 às 13h23.
Pela primeira vez, a farmacêutica Cimed alcançou a liderança no mercado de consumo dentro das farmácias brasileiras, superando gigantes globais em volume e receita. Segundo dados da IQVIA, em maio de 2025, a empresa vendeu 26 milhões de unidades e registrou sell-out superior a R$ 465 milhões, consolidando-se na liderança do setor no período.
"O resultado reflete o nosso compromisso em construir marcas fortes, acessíveis e conectadas com as necessidades do consumidor. É o fruto de uma estratégia bem definida, que combina inovação e inteligência comercial para impulsionar o varejo e gerar resultados reais", afirmou João Adibe Marques, CEO da Cimed.
Entre as marcas que mais se destacaram, estão Carmed, Cimegripe e K-Med. A linha de hidratantes labiais Carmed, por exemplo, foi a principal responsável pelo crescimento da companhia. Nos primeiros meses de 2025, gerou 250 milhões em vendas, superando as expectativas para o período. Vale lembrar que a marca foi responsável por R$ 1 bilhão em vendas no último ano.
"Carmed teve um desempenho excepcional, não só pelo seu apelo natural no mercado, mas também pela ação promocional Carmed em Dobro", explicou o CEO.
A linha Cimegripe também se destacou, especialmente com o aumento da demanda durante o surto de gripe no Brasil. Já a marca de bem-estar sexual K-Med cresceu com formatos menores e nas linhas com benefícios extras.
"Avançamos consideravelmente nos formatos de 50 gramas. Além disso, a linha de benefícios extras tem sido uma grande contribuição para o nosso crescimento, oferecendo produtos que combinam alto valor para o varejo com boas margens", afirmou João Adibe.
A Cimed tem se posicionado cada vez mais como uma criadora de marcas no mercado de bens de consumo, ampliando sua atuação para novas categorias nas prateleiras das farmácias.
A linha Lavitan, por exemplo, recentemente expandiu seu portfólio para incluir bebidas proteicas. No fim do ano passado, a farmacêutica entrou na categoria de oral care, com uma linha infantil de pasta de dente e enxaguante bucal, reforçando sua bem-sucedida parceria com a Fini.
A estratégia inclui produção terceirizada para rápida expansão do portfólio. "Não tenho ambição de ser dono de toda a estrutura de produção. Tenho uma cadeia verticalizada, mas preciso de agilidade e da experiência de quem já sabe produzir embalagens", afirmou Adibe.
Agora, a farmacêutica mira a expansão para categorias como desodorantes e filtros solares, identificando um grande espaço de crescimento. "Há oportunidades em todas as categorias dominadas por poucas empresas", diz o CEO.
A recente entrada do fundo soberano de Singapura, o GIC, com um aporte estratégico, é um passo importante para acelerar a expansão da companhia, que planeja alcançar R$ 5 bilhões de faturamento em 2025 e tem a ambição de dobrar de tamanho até 2030.