Negócios

Com caixa, Anima deve partir para novas compras

O valor de R$ 1,14 bilhão que serviria para comprar duas universidades da norte-americana Whitney será usado em outros negócios


	Sala de aula: se mantivesse o negócio com a Whitney, a Anima comprometeria uma grande quantidade de caixa
 (Fengyuan Chang/Thinkstock)

Sala de aula: se mantivesse o negócio com a Whitney, a Anima comprometeria uma grande quantidade de caixa (Fengyuan Chang/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 11h28.

São Paulo - A desistência de uma aquisição bilionária depois das mudanças no Fies não vai tirar a Anima Educação do mercado de fusões e aquisições, segundo fontes.

Pessoas próximas à companhia afirmaram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que o valor de R$ 1,14 bilhão que serviria para comprar duas universidades da norte-americana Whitney será usado em outros negócios.

As fontes também não descartam que Anima e Whitney voltem a conversar no futuro, desde que as condições para a aquisição sejam diferentes.

A Anima surpreendeu o mercado ao anunciar, na quarta-feira, 22, que não iria mais comprar a Universidade Veiga de Almeida (UVA), do Rio de Janeiro, e o Centro Universitário Jorge Amado (UniJorge), da Bahia.

A aquisição, anunciada no fim de dezembro, tinha sido o maior negócio registrado no setor de educação em 2014.

O que motivou a desistência, segundo a empresa, foi a mudança nas regras do financiamento estudantil, que passaram a valer poucos dias depois do anuncio da compra feito pela Anima.

Como o mercado trabalha com um cenário em que a oferta de vagas do Fies será reduzida, o crescimento das empresas de ensino tende a ser mais fraco.

Se mantivesse o negócio com a Whitney, a Anima comprometeria uma grande quantidade de caixa e levaria muito mais tempo para ver o crescimento que imaginou ter quando fez a aquisição.

Ao mesmo tempo, os norte-americanos também não estavam mais satisfeitos com preço pago pela Anima, já que o câmbio tornou o negócio muito menos atrativo para a matriz.

As empresas, no entanto, podem retomar as conversas. A Anima gostaria de pagar menos pela Whitney, já que houve uma desvalorização dos preços de ativos de ensino.

E num cenário de dólar menos apreciado, por exemplo, isso poderia ser uma possibilidade.

Risco menor

Para o BTG Pactual, a aquisição era estratégica, mas se tornou preocupante diante do impacto que teria no caixa e na alavancagem. “

Embora tenhamos visto a aquisição como estrategicamente positiva para Anima, o preço de R$ 1,14 bilhão teria elevado os níveis de alavancagem da Anima para perto de um patamar de dívida líquida alcançando 3 vezes o Ebitda de 2015", escreveram em relatório JC Santos, Gustavo Cambauva e Rodrigo Gastim.

A J.Safra calculou ainda que, desde as mudanças no Fies, o valor dos ativos da Whitney em dólar caiu em um terço. Para os analistas Marcio Osako e Olavo Duarte o cancelamento do negócio ajuda a reduzir incertezas relativas à performance operacional da Whitney, além de mitigar o risco de alto endividamento da Anima. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:AnimaFusões e AquisiçõesSetor de educação

Mais de Negócios

Imigrante polonês vai de 'quebrado' a bilionário nos EUA em 23 anos

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida