Redação Exame
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 15h21.
Com o apoio financeiro da Breakthrough Energy Ventures, fundo de capital liderado por Bill Gates, e da Synthesis Capital, a Savor, uma foodtech de San Jose, Califórnia, captou US$ 33 milhões para escalar a produção de manteiga, óleo de palma e sebo bovino.
O objetivo? Reduzir a dependência da pecuária e da agricultura tradicional e oferecer soluções mais sustentáveis para chefs, marcas e fabricantes de alimentos.
Fundada em março de 2022 por Kathleen Alexander e Ian McKay, ambos com 38 anos, a Savor já desenvolveu alternativas às gorduras tradicionais sem utilizar animais ou plantas.
O diferencial está na ciência por trás do processo: tecnologias baseadas em estudos químicos dos anos 1920 foram refinadas para replicar o sabor e a textura das gorduras convencionais. As informações foram retiradas da CNBC.
A base científica da Savor parte de um processo químico desenvolvido há quase cem anos na Alemanha, onde gases eram transformados em hidrocarbonetos sólidos.
Com adaptações contemporâneas, Alexander conseguiu sintetizar gorduras comestíveis a partir de carbono, ajustando variáveis como fluxo de ar, temperatura e velocidade de mistura.
A inovação foi validada não apenas em laboratório: a startup produziu bombons de chocolate em parceria com a confeitaria One65, de São Francisco, e manteiga usada em pratos dos restaurantes SingleThread (Califórnia) e Dirt Candy (Nova York).
A aceitação sensorial do produto mostra potencial de mercado, mesmo diante de um cenário ainda iniciante de faturamento.
Apesar da inovação promissora, o maior desafio da Savor é a escalabilidade.
A empresa opera atualmente uma planta piloto de 2.300 m² em Batavia, Illinois, adquirida em junho de 2024.
Contudo, por limitações financeiras, apenas 1% da capacidade instalada está sendo utilizada.
Sem uma receita consolidada, a startup segue um modelo de parcerias B2B: fornece seus produtos para outras empresas utilizarem como ingredientes em receitas próprias, em vez de vender diretamente ao consumidor final.
A entrada em redes de alimentação maiores, como a Mondelez (com quem participou de um programa de aceleração), pode representar o próximo passo estratégico rumo à viabilidade econômica.
A história da Savor revela o novo padrão de startups em busca de investimento: alto risco tecnológico, propósito ESG incorporado ao core do negócio, e um roadmap financeiro que exige paciência e estratégia.
Para profissionais de finanças corporativas, esse é um exemplo prático de como a análise de viabilidade de negócios em setores emergentes vai além dos números.
Combinando inovação científica, parcerias estratégicas e uma narrativa de impacto ambiental, a Savor ensina que as decisões de investimento no futuro próximo exigirão mais visão de longo prazo do que nunca — e a capacidade de estruturar negócios sólidos a partir de tecnologias em fase inicial será um diferencial decisivo para CFOs, analistas, gestoras de portfólio e consultores estratégicos.
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