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Com alta de 36% no lucro, MRV investirá em grandes cidades

A média das estimativas de analistas apontava lucro de 124,6 milhões de reais. No ano, porém, o lucro líquido caiu 24 por cento, a 548 milhões de reais


	Obra da MRV: a empresa mineira informou na noite de segunda-feira que teve lucro líquido de 140 milhões de reais no quarto trimestre
 (AGENCIA NITRO)

Obra da MRV: a empresa mineira informou na noite de segunda-feira que teve lucro líquido de 140 milhões de reais no quarto trimestre (AGENCIA NITRO)

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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2016 às 08h55.

Rio de Janeiro - A construtora e incorporadora MRV vai mudar o mix de lançamentos e aumentar sua exposição em cidades mais populosas em 2016, informou o co-presidente da companhia Rafael Menin.

A empresa mineira informou na noite de segunda-feira que teve lucro líquido de 140 milhões de reais no quarto trimestre, alta de 36 por cento na comparação anual.

A média das estimativas de analistas apontava lucro de 124,6 milhões de reais. No ano, porém, o lucro líquido caiu 24 por cento, a 548 milhões de reais.

Menin reafirmou que espera que 2016 seja um ano com vendas e lançamentos de imóveis em níveis semelhantes ou um pouco melhores que 2015, apesar dos desafios impostos pela economia do país.

Ele, porém, disse que a MRV vai aumentar a distribuição de dividendos de 25 para 30 por cento do lucro líquido este ano.

"A gente continua com uma postura muito conservadora com relação ao caixa", disse o executivo, acrescentando que, para 2017, "se o Brasil melhorar, a gente dará uma destinação correta aos acionistas, com recompra de ações ou aumento de dividendos".

Segundo o executivo, a estratégia da companhia para 2016 prevê aumento de exposição dos lançamentos a cidades mais populosas, citando praças como São Paulo, Fortaleza, Curitiba e Campinas.

Até então, o mix de lançamentos era de 70 por cento no interior e 30 por cento nas cidades maiores.

Este ano o número vai mudar, segundo Menin, mas não vai chegar a uma proporção de 50-50.

A MRV aproveitou a possibilidade de maior negociação nos preços e adquiriu terrenos nas grandes cidades em 2014 e 2015, disse o executivo.

"Por estarmos presentes em 134 cidades, isso nos dá uma flexibilidade da operação muito grande, faz com que a gente consiga remanejar o estoque de forma mais assertiva", disse Menin.

No ano passado, o custo de aquisição de terrenos caiu 16 por cento em relação ao ano anterior, diante de uma queda acentuada na concorrência no segmento econômico.

No total, a empresa gastou 280 milhões na compra de terrenos em 2015.

"A gente tem sido mais agressivo nas cidades maiores. Na medida em que concorrência nestas cidades diminui, a gente fará mais lançamentos nestas cidades", disse Menin, acrescentando que a margem das unidades é parecida com outras regiões do país.

Nos últimos três meses do ano, 48 por cento dos terrenos foram comprados por meio de permuta ou pagamento parcelado e condicionado a aprovação dos projetos, acrescentou a companhia.

Distratos

Apesar do aumento de 13,3 por cento no fechado do ano, os cancelamentos de contratos caíram 10,6 por cento no quarto trimestre, ante o mesmo período em 2014, disse a MRV.

Em 2015, a companhia concluiu a implementação do processo de "vendas simultâneas", que condiciona a venda à aprovação do crédito e tende a minimizar os chamados distratos.

As vendas no quarto trimestre caíram 7 por cento no comparativo anual, mas avançaram 5 por cento sobre os meses de julho a setembro, a 1,38 bilhão de reais.

Já os lançamentos subiram 35,1 por cento ano a ano e 56 por cento sobre o terceiro trimestre de 2015, para 1,63 bilhão de reais.

No quarto trimestre, a receita operacional líquida total da MRV cresceu 7,2 por cento sobre o mesmo período de 2014, a 1,208 bilhão de reais.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 174 milhões de reais, valor 22 por cento mais alto do que o resultado um ano antes.

A média de analistas esperava Ebitda de 158 milhões. A MRV encerrou 2015 com geração de caixa de 806 milhões em 2015, alta de 42 por cento sobre 2014 e encerrou o ano com 1,7 bilhão de reais em caixa, 25,7 por cento acima do valor registrado no final do ano anterior.

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