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Colégio Palmares aposta em uma incubadora de negócios para aproximar alunos do mercado de trabalho

Inserida na grade do ensino médio, a disciplina estimula jovens a desenvolver soluções reais e aprimora habilidades valorizadas fora da sala de aula

O Colégio Palmares, em São Paulo, incluiu no ensino médio uma disciplina de “incubadora de projetos” que leva os alunos a desenvolver ideias reais (Arquivo Pessoal)

O Colégio Palmares, em São Paulo, incluiu no ensino médio uma disciplina de “incubadora de projetos” que leva os alunos a desenvolver ideias reais (Arquivo Pessoal)

Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

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Publicado em 30 de outubro de 2025 às 14h06.

O Colégio Palmares, tradicional escola da zona oeste de São Paulo, incorporou à grade curricular do ensino médio uma disciplina pouco comum nas escolas brasileiras: a incubadora de projetos

O componente, obrigatório para alunos das 1º e 2º séries, busca conectar o aprendizado escolar às demandas do mundo profissional, estimulando autonomia, pensamento crítico e capacidade de resolver problemas reais.

“Eles aprendem que um projeto tem etapas e que cada fase exige responsabilidade e planejamento”, explica o diretor geral André Luiz Palomino. Segundo ele, a proposta surgiu do desejo de aproximar o currículo à vida prática, mas sem abrir mão da formação acadêmica sólida.

Como funciona a disciplina

A incubadora de projetos é um espaço de encontros semanais. Os alunos são divididos em grupos e, ao longo do ano, percorrem todas as etapas do desenvolvimento de um projeto – da ideação à apresentação final.

Disciplina de incubadora de projetos do Colégio Palmares estimula o pensamento crítico e a autonomia dos alunos (Arquivo Pessoal)

“Eles passam pelo processo completo, como, por exemplo, pensar em uma boa ideia, levantar requisitos, analisar o mercado, planejar e apresentar”, detalha Palomino.

Rodrigo Ferreira, coordenador do ensino médio no Palmares, explica que o aprendizado vai além do empreendedorismo. “A disciplina é obrigatória porque acreditamos que ela desenvolve competências essenciais”, afirma. “O aluno precisa integrar conhecimentos de diferentes áreas, como matemática, física, química e humanidades, para resolver um problema.”

Durante o processo, professores-tutores orientam os grupos, convidam profissionais de mercado e promovem oficinas sobre temas como precificação, análise de viabilidade, comunicação e oratória. O trabalho culmina na apresentação dos projetos a uma banca avaliadora. 

“Saber se expressar com clareza é uma competência fundamental na vida adulta, e nós tratamos isso com seriedade”, completa Ferreira.

A experiência do aluno

Para os estudantes, a disciplina representa uma ruptura em relação ao ensino tradicional. André Arcuri Pereira, aluno da 2º série, conta que a experiência o fez repensar o que significa empreender. “Foi uma aula diferente de tudo o que a gente tinha tido. Não foca no vestibular, foca em se preparar para a vida”, diz.

Ele e o grupo desenvolveram a Fit Bite, empresa fictícia que oferece refeições saudáveis com entrega rápida, como um iFood focado em alimentação equilibrada. “Começamos com a ideação, depois fizemos análise de mercado, custos e margem de lucro. Entendemos que criar um negócio não é só jogar uma ideia no ar, é entender todo o entorno”, explica o aluno.

“Não foca no vestibular, foca em se preparar para a vida”, diz André Arcuri, aluno do Colégio Palmares (Arquivo Pessoal)

A disciplina, segundo Arcuri, ampliou sua visão de futuro. 

“Antes eu achava que qualquer um podia abrir uma empresa. Agora vejo que é preciso técnica e conhecimento. Por causa disso, decidi fazer engenharia de produção”, afirma.

Perspectivas para 2026

Palomino e Ferreira reconhecem que o projeto está em consolidação, mas afirmam que o modelo será aprimorado ainda mais a partir de 2026, com parcerias externas de universidades e empresas.

O plano é ampliar a participação de profissionais convidados (como ex-alunos, investidores e pais empreendedores) para acompanhar e avaliar os projetos. “Nosso propósito não é o retorno financeiro, mas o aprendizado significativo – oferecer repertório e experiências que ajudem os alunos a entender o funcionamento do mundo em suas dimensões práticas”, diz Palomino.

A proposta reforça a convicção da escola de que o ensino básico deve preparar o estudante para pensar, agir e criar soluções, e não apenas para reproduzir conteúdos. “Nosso compromisso é formar jovens capazes de pensar com autonomia, agir com responsabilidade e transformar conhecimento em impacto real no mundo”, resume o diretor.

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