Negócios

Colégio Bandeirantes usa metodologia da NBA para ensinar basquete – e educar para a vida

Parceria entre o colégio paulistano e a liga americana usa o basquete para formar alunos que aprendem a competir sem perder o prazer pelo jogo

Basquete com propósito: no Band, o esporte é parte da formação integral dos alunos

Basquete com propósito: no Band, o esporte é parte da formação integral dos alunos

Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

Content Writer

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 13h30.

O Colégio Bandeirantes, em São Paulo, foi uma das três primeiras instituições brasileiras a firmar uma parceria com o NBA Basketball School, um programa global criado pela liga americana de basquete. O objetivo é levar para as escolas uma metodologia de ensino que alia fundamentos técnicos, valores humanos e formação cidadã.

O projeto começou de forma restrita com apenas três unidades licenciadas. Hoje, são mais de 200 instituições em vários países. No Band, cerca de 200 alunos – meninos e meninas dos 11 aos 18 anos – participam dos treinos extracurriculares baseados na metodologia da NBA.

Carlos Alberto de Simone, coordenador esportivo do colégio, conta que a adesão foi natural. 

“O esporte sempre foi um dos pilares de formação do ser humano no Bandeirantes. Para nós, a educação física e o esporte são peças fundamentais na formação global do aluno”, diz.

Segundo ele, a parceria inclui capacitação de professores, torneios nacionais e internacionais e treinamentos conduzidos por técnicos da NBA. Nos últimos anos, alunos do colégio participaram de competições em Abu Dhabi e Montevidéu, representando o Brasil em eventos internacionais da liga.

Alunos do Colégio Bandeirantes participam de treino com metodologia da NBA, que combina fundamentos técnicos, valores humanos e formação cidadã (Arquivo Pessoal)

Formação humana através do esporte

A metodologia da NBA é estruturada em seis níveis de progressão e prioriza o desenvolvimento por habilidades, não por idade. No Bandeirantes, esse método foi incorporado ao treino extracurricular, sem interferir nas aulas regulares de Educação Física.

“As aulas seguem outro propósito, voltado à formação geral. Já o programa da NBA é parte do nosso treinamento competitivo, realizado em horários invertidos”, explica.

Para o coordenador, a principal contribuição do modelo está na clareza das etapas pedagógicas. “A metodologia da NBA é precisa: não antecipa fases e permite um desenvolvimento técnico consistente. O aluno aprende o drible, o arremesso, a marcação individual e vai progredindo até dominar conceitos como bloqueio e jogo coletivo”, detalha.

Mais de 200 estudantes do Band participam do programa da NBA, voltado ao aprendizado progressivo e ao trabalho em equipe (Arquivo Pessoal)

Mas o impacto vai além da técnica. Segundo ele, o esporte também é um instrumento de educação emocional e social. “O esporte ensina o aluno a respeitar o processo, a trabalhar em equipe e a entender que nem sempre se vence, mas sempre se aprende.”

“Já tivemos alunos que conseguiram emprego por causa da vivência esportiva. Em uma seleção, o fato de ter participado de equipes competitivas contou como diferencial de trabalho em equipe e resiliência”, relata.

O olhar dos alunos

Entre os participantes, está o estudante Rafael Sih Aguirre, de 13 anos. “Eu gosto muito de treinar no Band. A gente aprende técnica, trabalho em equipe e também se diverte bastante”, conta.

O jovem treina três vezes por semana – em dias alternados entre basquete e handebol – e considera o esporte parte essencial da rotina. “Não quero ser jogador profissional, mas quero continuar treinando porque o esporte me faz bem. Quero estudar, trabalhar e seguir jogando por prazer, porque o esporte é parte da minha vida”, diz.

Assim como ele, muitos alunos veem na presença da NBA na escola uma motivação extra para participar. 

“O basquete atrai quem acompanha a liga, mas o que prende mesmo é o ambiente que se cria aqui: alunos e professores comprometidos com aprender e melhorar”, observa o coordenador.

O impacto nos alunos têm sido tão expressivo que as equipes do Bandeirantes vêm se destacando em torneios nacionais e internacionais. Em julho de 2024, por exemplo, os times de basquete do Colégio participaram da primeira edição da National Cup, organizada pela NBA e sediada em Poços de Caldas (MG). 

Foram oito dias de competição, reunindo mais de 450 atletas de seis estados brasileiros e todas as três equipes do Band chegaram às finais, com o time Sub12 Masculino conquistando o título de campeão. 

Carlos Alberto de Simone, coordenador esportivo do Colégio Bandeirantes, destaca o esporte como um dos pilares da formação humana (Arquivo Pessoal)

Para o coordenador, a participação marcou não só o alto nível técnico dos alunos, mas também o espírito esportivo e o compromisso com os valores que a parceria com a NBA busca promover.

Educação, esporte e continuidade

A parceria entre o Colégio Bandeirantes e a NBA Basketball School tornou-se parte da identidade esportiva da instituição. Mais do que um intercâmbio técnico, ela se consolidou como uma experiência educativa de longo prazo, com formação continuada de técnicos e projetos de integração entre pais e alunos.

Para o coordenador, o objetivo é seguir ampliando essas ações. “Espero que a NBA continue investindo na capacitação de professores, que possamos envolver mais os pais e aumentar o número de competições. O importante é manter o esporte como uma ferramenta de formação e convivência.”

Acompanhe tudo sobre:Branded MarketingEsportesBasqueteGraduaçãoEducaçãoGraduação Escola de Negócios Saint Paul

Mais de Negócios

Ela transformou o Wi-Fi público pelo Brasil num negócio de R$ 10 milhões

Essa Startup foi consultada nos EUA sobre o risco do Tik Tok e já captou US$ 14 milhões com isso

Carreira orgânica: um plano de carreira para pessoas e tempos reais

Por que uma escola tradicional de SP mantém há mais de 50 anos o ensino de jovens e adultos gratuito