Negócios

Coca-Cola precisa cometer mais erros, diz presidente

"Se não estamos cometendo erros, não estamos tentando o suficiente", afirmou presidente ao WSJ

Garrafa de Coca-cola (Divulgação/Divulgação)

Garrafa de Coca-cola (Divulgação/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 14 de maio de 2017 às 00h00.

Última atualização em 14 de maio de 2017 às 00h00.

São Paulo - A Coca-Cola, que até então adotava uma postura cautelosa para realizar mudanças, quer mudar sua cultura. Para isso, o novo presidente da gigante de bebidas está incentivando que os funcionários, inclusive, cometam erros.

A cultura precavida da empresa existe há décadas, depois que uma mudança na fórmula consagrada de sua bebida mais famosa deixou fãs irritados. Em 1985, a companhia decidiu reformular sua bebida icônica e lançou a New Coke. O sabor da nova bebida era mais doce e analistas tinham certeza que o lançamento seria um sucesso.

Eles estavam errados: a maior parte dos consumidores não gostou do novo produto e muitos fãs do refrigerante ficaram bravos com a mudança. A irritação foi tanta que os consumidores norte-americanos organizaram grupos e abaixo-assinados para que o sabor antigo voltasse a ser produzido. A Coca-Cola precisou pedir desculpas.

Desde então, a gigante de bebidas adotou uma postura conservadora para lançamentos. No entanto, em um momento que o consumo de refrigerantes está caindo em todo o mundo, a companhia precisa mudar esta cultura.

Por isso, o novo presidente da empresa, James Quincey, quer incentivar os funcionários a criarem produtos inovadores, a tomarem riscos e, eventualmente, a errarem. "Se você está tentando fazer algo diferente com a Coca, falhar é grande e emblemático", afirmou ele, em entrevista ao Wall Street Journal. "Se não estamos cometendo erros, não estamos tentando o suficiente", afirmou ao jornal.

Nos últimos anos, a companhia investiu em café através da Matte Leão e na Life, versão com estévia e menos açúcar. Ela comprou a Ades e a Suja Life, que faz sucos orgânicos.

Segundo o presidente, em 10 ou 15 anos, os refrigerantes irão representar menos de metade das vendas em volume da empresa - hoje, os refrigerantes são 70% do volume vendido.

Com isso, ele planeja “Não sabemos se o futuro que esperamos vai realmente acontecer, mas estamos preparados para qualquer futuro que vier”, disse, em evento promovido pela Veja e Exame no início do ano.

Acompanhe tudo sobre:InovaçãoCoca-Cola

Mais de Negócios

Floripa é um destino global de nômades digitais — e já tem até 'concierge' para gringos

Por que essa empresa brasileira vê potencial para crescer na Flórida?

Quais são as 10 maiores empresas do Rio Grande do Sul? Veja quanto elas faturam

‘Brasil pode ganhar mais relevância global com divisão da Kraft Heinz’, diz presidente