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CNPC avalia compra de ativos da Petrobras na América do Sul

Os ativos da Colômbia e do Peru podem valer cerca de US$ 2 bilhões


	A CNPC foi a companhia de energia da Ásia que fez mais aquisições neste ano
 (Trevor Snapp/Bloomberg)

A CNPC foi a companhia de energia da Ásia que fez mais aquisições neste ano (Trevor Snapp/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2013 às 12h11.

Nova York – A China National Petroleum Corp., a maior produtora de petróleo do país, está considerando comprar ativos da Petróleo Brasileiro SA na América do Sul, disseram três pessoas com conhecimento do assunto.

Os ativos da Colômbia e do Peru poderiam valer cerca de um combinado de US$ 2 bilhões e a CNPC pode enfrentar a concorrência de outros produtores da América do Sul, disseram duas das pessoas que pediram para não serem identificadas porque a informação é privada.

A Petrobras, companhia de petróleo de capital aberto mais endividada, foi se desfazendo de ativos para ajudar a financiar projetos em águas profundas no Brasil.

A estatal Petrobras vendeu metade de seus ativos africanos para o Grupo BTG Pactual SA por US$ 1,5 bilhão no mês passado. A CNPC foi a companhia de energia da Ásia que fez mais aquisições neste ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

"A medida está em linha com a estratégia global da CNPC para expandir seus ativos de produção a nível mundial, já que a empresa procura arrebatar mais ativos enquanto os preços do petróleo permanecem relativamente estáveis", disse Grace Liu, analista de petróleo da Guotai Junan Securities Ltd., por telefone de Shenzhen.

"A CNPC e a PetroChina já possuem muitos ativos na América do Sul, então adicionar um pouco mais não seria tão arriscado como se aventurar em uma região totalmente nova".

A PetroChina Co. é a unidade de capital aberto da CNPC Hong Kong. O Brent, uma referência que ajuda a determinar o preço de mais da metade do petróleo do mundo, teve uma média de US$ 105,68 por barril nos doze últimos meses, em comparação com US$ 104,38 por barril nos doze meses anteriores.


A Petrobras, com sede no Rio de Janeiro, não quis comentar sobre a venda dos ativos do Perú e da Colômbia. O porta-voz Li Runsheng da CNPC em Pequim não respondeu a duas ligações para o seu escritório.

A Petrobras está em busca de fundos para apoiar seus planos de usar US$ 237 bilhões em cinco anos até 2017. Os investimentos aumentarão à medida que o campo Libra, de águas ultraprofundas, a maior descoberta do Brasil, for sendo explorado.

Procura contínua

A estatal CNPC anunciou em março que vai gastar US$ 4,2 bilhões para comprar uma participação nos ativos de gás natural da africana Eni SpA, em Moçambique. O produtor de Pequim também deverá pagar cerca de US$ 5 bilhões para comprar uma participação no projeto Kashagan da KazMunaiGaz National Co., no Cazaquistão, que tem o respaldo do Estado, disseram pessoas com conhecimento do assunto, no mês passado.

As empresas da China compraram US$ 28 bilhões em ativos no exterior no primeiro semestre do ano, aproximadamente aos níveis do ano anterior, segundo dados compilados pela Bloomberg. As negociações ainda estão abaixo das de 2009, quando um recorde de US$ 37 bilhões de transações foram feitas no primeiro semestre, mostram os dados.

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