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Clube do Bolinha do Goldman Sachs é processado por sexismo

Ex-funcionárias pediram ampliação de uma ação depois que colegas promoveram bebedeiras e levaram clientes para clubes de strip-tease


	Sede do banco Goldman Sachs, em Nova York
 (Getty Images)

Sede do banco Goldman Sachs, em Nova York (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2014 às 23h34.

Nova York - O Goldman Sachs Group foi acusado por duas ex-funcionárias, que pediram a ampliação de sua ação judicial por discriminação contra mulheres depois que colegas do sexo masculino promoveram bebedeiras e levaram clientes para clubes de strip-tease.

As mulheres pediram a um juiz federal em Manhattan, ontem, que lhes permitisse processar o banco em nome de atuais e ex-associadas e vice-presidentes mulheres.

O apoio a essa reivindicação inclui comunicados de ex-funcionárias do Goldman Sachs, análises estatísticas de especialistas e evidências nos lucros e nas promoções que constam dos próprios registros da empresa, disseram elas em uma apresentação judicial.

“As mulheres reportam uma atmosfera de ‘clube de garotos’, em que as bebedeiras são comuns e as mulheres são sexualizadas ou ignoradas”, diz a apresentação.

As duas mulheres, H. Cristina Chen-Oster e Shanna Orlich, entraram com processo em 2010 e buscam ampliar o caso para incluir mais de uma década de suposta discriminação no Goldman Sachs.

Uma decisão da juíza distrital dos EUA Analisa Torres de permitir que as mulheres processem o banco em uma ação conjunta aumentaria o risco para a empresa com sede em Nova York.

Na ação judicial, aberta em 2010, as mulheres buscam uma indenização não especificada e uma ordem para exigir que o Goldman Sachs corrija o suposto preconceito de gênero na empresa.

Salários, promoções

As vice-presidentes mulheres receberam 21 por cento menos que os homens e as mulheres associadas ganharam 8 por cento menos, alegaram as ex-funcionárias.

Cerca de 23 por cento menos vice-presidentes foram promovidas a diretoras-gerentes do banco em relação a seus colegas homens, disseram elas.

O Goldman Sachs negou as acusações das duas mulheres e está se defendendo no caso.

“Esta é uma medida normal e prevista no processo para qualquer ação coletiva proposta e não altera a falta de mérito do caso”, disse David Wells, porta-voz do Goldman Sachs, ontem, em um comunicado enviado por e-mail.

Chen-Oster e Orlich buscam convencer Torres de que suas reivindicações são suficientemente semelhantes às de outras mulheres do Goldman Sachs para que elas possam representar a todas em um único caso.

Eles estão pedindo que Torres certifique uma classe de associadas e vice-presidentes mulheres que trabalharam para a empresa nos EUA em suas divisões de bancos de investimento, gestão de investimento e títulos a partir de 10 de setembro de 2004.

A data de início para funcionários que trabalharam na cidade de Nova York seria 7 de julho de 2002.

Denise Shelley, vice-presidente que deixou a empresa em 2009, disse em uma apresentação judicial que no Goldman Sachs os homens chamavam repetidas vezes as mulheres de “fúteis”, ridicularizaram uma nova contratada que havia vencido um concurso de beleza e levavam clientes para clubes de strip-tease.

Shelley disse nos documentos que participava de networkings para mulheres, organizados pelo comitê de gestão da empresa, e que, após encontrar colegas em um bar, foi chamada de "baladeira" por um diretor-gerente.

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