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Clima de apreensão na Usiminas

A compra de ações por parte da CSN preocupa. A expectativa de mudança no bloco de controle da empresa estaria por trás da recente alta das ações

Fábrica da Usiminas: CSN e Gerdau estariam na briga para comprar a empresa (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano/Veja)

Fábrica da Usiminas: CSN e Gerdau estariam na briga para comprar a empresa (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano/Veja)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 16h21.

São Paulo - No último relatório sobre a indústria de aço brasileira, o banco Merrill Lynch centra a atenção nos rumores sobre uma eventual mudança no bloco de controle da Usiminas. É essa expectativa, diz o Merrill, que em parte explica a recente alta das ações. Do começo de janeiro até agora, a Usiminas ON subiu 30,2% e a PNA, 7,8%. O relatório, enviado aos clientes do banco na sexta-feira anterior ao feriado do Carnaval, toma o cuidado de ressaltar que os atuais controladores – Votorantim, Camargo Corrêa e os japoneses da Nippon - acabaram de anunciar a renovação do acordo de acionistas. Mas não deixa de apresentar três possíveis cenários de mudança.

No primeiro, a CSN e/ou a Gerdau compram as partes da Votorantim e da Camargo e passam a dividir o controle com a Nippon. Ambas as empresas, diz a Merrill, teriam condições financeiras de levar adiante o negócio. Como a Usiminas compete com a CSN, o relatório especula que talvez os japoneses prefiram a Gerdau. No segundo cenário, a Nippon compra as fatias da Votorantim e da Camargo Corrêa e, no terceiro, a CSN ou a Gerdau fica sozinha com o controle, uma possibilidade considerada mais remota.

Especulações sobre a saída da Votorantim e da Camargo existem há muito tempo. Mas o relatório da Merrill veio num momento em que os rumores ganharam nova força. No final de janeiro, a CSN comunicou que havia aumentado a sua participação na Usiminas com a aquisição de ações ordinárias. Há cinco semanas, tinha 5,03% das ações ordinárias e 4,99% das preferenciais. No mesmo comunicado, a CSN diz não ter a intenção de adquirir participações superiores a 10% de cada uma das classes de ações.

Na Usiminas, o temor é que representantes de Benjamin Steinbruch, o presidente da CSN, cheguem na próxima reunião de acionistas, em 27 de abril, com uma quantidade suficiente de ações ou o apoio de outros investidores para requerer um lugar no conselho. Pessoas próximas a Usiminas relatam que o clima é de apreensão. Funcionários da siderúrgica telefonaram para alguns grandes acionistas para saber a fatia que cada um detem no momento. Na interpretação de pelo menos um dos interlocutores, a iniciativa foi uma forma de mapear o avanço da CSN e também as intenções dos principais acionistas. Procurada, a Usiminas negou qualquer preocupação e ressaltou a renovação do acordo de acionistas. 

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