ClickBus: com 4,8 mil destinos disponíveis em sua plataforma a marca está presente em todo país (Clickbus/Divulgação)
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Publicado em 29 de agosto de 2022 às 10h30.
Última atualização em 29 de agosto de 2022 às 11h40.
O volume de passageiros do aeroporto de Congonhas, o mais movimentado do país se considerarmos só o turismo interno, é impressionante: são quase 70 mil por dia. Já a rodoviária do Tietê, a maior de São Paulo, recebe cerca de 90 mil viajantes dia sim, dia também — sinal de que as viagens de ônibus continuam em alta e a escolha preferencial de uma parcela significativa da população.
Outro termômetro da força dessas companhias é o crescimento da ClickBus, o maior marketplace de venda de passagens rodoviárias do Brasil, que atua como uma plataforma de comércio eletrônico que conecta viajantes a mais de 200 viações regulamentadas pela ANTT em todo o Brasil, oferecendo passagens para mais de 4,8 mil destinos nacionais e internacionais. A taxa de crescimento anual composta (CAGR) da companhia em 2021 foi de 95%. No mesmo ano, seu Gross Merchandise Volume (GMV), que representa a venda bruta de mercadoria, foi de R$ 1 bilhão. Um crescimento de 83% em relação ao ano anterior.
“O setor rodoviário está vivendo seus dias de glória, aproveitando o ganho das inovações aceleradas implementadas durante a pandemia e pelo atual contexto macroeconômico”, diz Phillip Klien, CEO da ClickBus. “Com o aumento das passagens áreas, as de ônibus se mostram cada vez mais atrativas. E, com o aumento da gasolina, muita gente prefere viajar hoje de ônibus do que com o próprio carro”.
O advento do modelo híbrido de trabalho, acrescenta ele, também foi benéfico para o setor. “Muitas das pessoas que resolveram morar longe do trabalho graças ao home office, e precisam voltar para o escritório só um ou dois dias por semana, dão preferência aos ônibus”, sustenta.
Por outro lado, lembra o executivo, as empresas do segmento estão investindo cada vez mais em conforto. “Há uma glamourização em curso”, acredita. “Quem viaja de ônibus de São Paulo para o Rio de Janeiro, por exemplo, pode ir trabalhando, usando Wi-Fi, e chega com muito mais conforto, descansado, além de gastar muito menos do que com passagem aérea.
No primeiro semestre de 2022, a ClickBus cresceu 133%. E a emissão de passagens subiu 104% no mesmo período. Convém esclarecer que a plataforma sequer tem um ônibus próprio. O que ela faz é intermediar as vendas dos bilhetes. O número de companhias de ônibus atendidas cresceu 15% no primeiro semestre — são mais de 200 atualmente, que correspondem a 90% do mercado.
O crescimento do marketplace é creditado sobretudo à estratégia de vendas, que inclui descontos de até 60% em rotas selecionadas. “Nosso papel é estar bem próximo às viações, sendo o braço consultivo do digital. Apesar dos preços serem definidos pelas viações, fazemos promoções para incentivar as vendas”, comenta Phillip Klien.
“Na estrada” há exatos nove anos, a companhia oferece passagens atualmente para 4,8 mil destinos. Nunca teve tantos funcionários como agora: são mais de 200.
Como Online Travel Agency (OTA), oferece soluções digitais para usuários e operadores do transporte rodoviário do Brasil. Para o segmento B2B, a empresa também desenvolve plataformas hite label, além de auxiliar as viações a obter melhores notas no chamado NPS (sigla em inglês para Net Promoter Score).
“As expectativas dos usuários de ônibus aumentaram muito”, registra o CEO do marketplace. “E é por isso que sempre tentamos resolver problemas que eles possam enfrentar relacionados a atrasos e remarcações, por exemplo.”
Ajudar a digitalizar o segmento é um dos principais objetivos da ClickBus. Em 2013, quando ela foi fundada, só 2% das passagens rodoviárias eram vendidas de maneira online. Em 2019, esse percentual chegou a 15%. Hoje em dia, e graças à digitalização estimulada pela pandemia nos mais diversos setores, 25% dos bilhetes são adquiridos por computadores e smartphones.
Para crescer ainda mais, o marketplace vai investir mais de R$ 50 milhões nos próximos meses nas áreas de tecnologia e dados. Um dos desafios é alterar um hábito que esbarra no planejamento das viações: 56% das compras de passagens ainda são efetuadas com até 48 horas de antecedência ou menos.