Gerry Giacomán Colyer e Diego García, fundadores da Clara: startup mexicana está de mudança para uma nova sede, o Brasil (Caco Parise/Clara/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 9 de agosto de 2023 às 12h56.
Última atualização em 9 de agosto de 2023 às 13h16.
A América Latina e principalmente o Brasil são as grandes apostas da Clara, uma plataforma para gestão de gastos corporativos nascida no México. A empresa acaba de anunciar a mudança de sua sede para São Paulo, mirando o público local. Além disso, o Banco Central concedeu, nesta quarta-feira, 9, autorização para que a startup opere como Instituição de Pagamento.
Com a novidade, a Clara estará habilitada para oferecer novos produtos financeiros, como pagamento de boletos e por Pix. Essas tecnologias não passarão a valer imediatamente, mas serão desenvolvidas a partir de agora pela empresa.
O objetivo da fintech é que o Brasil seja o maior mercado da companhia até 2024. Atualmente, ainda é o México. Para isso, cerca de 50% da liderença do negócio passa a atuar de São Paulo.
"A autorização do Banco Central será fundamental para isso, mas contar com nossa liderança atuando daqui também contribuirá muito para que consigamos atingir nossos objetivos até o próximo ano", diz Gerry Giacomán Colyer, CEO e cofundador da Clara.
Hoje, cerca de 100 funcionários da Clara são brasileiros. O número deve aumentar com a aposta de expansão da fintech focada no Brasil.
"Estamos investindo em pessoas, mas também em tecnologia", diz Colyer. "Vamos lançar mais produtos, crescer aqui e, naturalmente, contratar mais pessoas".
Fundada pelos ex-funcionários da empresa de mobilidade urbana Grow (das marcas Grin e Yellow) Diego García e Gerry Giacomán Colyer, a Clara vende assinaturas a um serviço que mistura aplicativo e cartão de crédito corporativo. Por meio do app, empresas podem controlar gastos autorizados a seus funcionários e emitir cartões físicos a quem está chegando ao time ou mudar o limite de acordo com as necessidades.
"Nós damos um limite para a empresa, e ela faz a gestão como quiser entre os funcionários", afirma Colyer.
O objetivo é facilitar o dia a dia de quem faz viagens corporativas, compras de equipamentos ou precisa arcar com algum custo da empresa. Usando o cartão da Clara, a empresa vai recebendo os gastos dos funcionários e fazendo a gestão em tempo real.
O capital para conceder o crédito às empresas vem dos aportes que está recebendo. Os cheques também estão sendo utilizados para ampliar o time e em tecnologia.
De acordo com a fintech, a Clara tem dobrado o volume transacionado no Brasil a cada semestre. A velocidade está alinhada à ambição de transacionar cerca de 2 bilhões em cartões de crédito por ano no país no próximo ano. O lançamento de novos produtos financeiros ajudará, segundo o fundador.
Além do Brasil e do México, a Clara também atua na Colômbia. Como multinacional latino-americana, a Clara conseguiu captar investimentos com ventures capitals como Monashees, Kaszek e Canary, além de investidores globais como GGV, Coatue, DST Global Partners, General Catalyst e Goldman Sachs.
O novo country manager da Clara no Brasil também vem de uma empresa de mobilidade, assim como os fundadores. O executivo Francisco Simon trabalhou na Uber em 2019 e foi responsável pela operação de delivery, o Uber Eats. Também teve atuação em outras grandes multinacionais, como Microsoft e Meta (ex-Facebook).
Argentino, mas morando já há décadas no Brasil, Simon está atuando na Clara desde julho. Ele que ajudará a empresa no lançamento dos novos produtos, agora que ela recebeu a certificação de Instituição de Pagamento (IP).