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Cielo lança novas máquinas e serviços para brigar com a concorrência

Uma das apostas da companhia é a venda das maquininhas, a exemplo do que fazem algumas de suas concorrentes

Cielo: além do tradicional POS, a empresa vai passar a vender máquinas e a cobrar por planos de uso (Paulo Fridman/Bloomberg)

Cielo: além do tradicional POS, a empresa vai passar a vender máquinas e a cobrar por planos de uso (Paulo Fridman/Bloomberg)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 4 de maio de 2018 às 08h00.

Última atualização em 4 de maio de 2018 às 08h00.

São Paulo - Com novos produtos e formas de pagamento, a Cielo está correndo atrás do terreno perdido para concorrentes mais jovens e mais agressivos.

Além da disputa com as grandes companhias do mercado, como Rede, do Itaú, e a Getnet, do Santander, a Cielo também enfrenta a agressividade das novas entrantes, como Stone, PagSeguro e Point, do Mercado Pago.

"Em relação às grandes contas e clientes, o mercado continua racional entre os grandes players. Já na base, os entrantes estão mais agressivos", afirmou o presidente-executivo da Cielo, Eduardo Gouveia, em coletiva com a imprensa.

A maior competição e o cenário econômico ainda desafiador levaram a companhia a reportar um lucro líquido ajustado de 932 milhões de reais de janeiro a março deste ano, queda de 7%¨em relação ao mesmo período do ano passado. Já em relação ao trimestre anterior, a queda foi de 10,6%.

A base de aparelhos da companhia também caiu 13,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já os pontos de venda ativos, que realizaram pelo menos uma transação nos últimos 30 dias, caíram 19,7% no ano.

Recuperação

Para recuperar o terreno perdido, a companhia busca lançar novos equipamentos e formatos.

Uma das frentes é o lançamento do Cielo Controle. As vendas do novo plano começaram no início do ano passado e já atingiram 200 mil clientes, diz o presidente. Ao invés de alugar a máquina ou cobrar taxas pelas vendas, o modelo funciona por meio de planos. O valor fixo mensal cobre despesas com manutenção, bobina e o próprio aparelho e varia de acordo com o volume total de vendas do cliente.

Outra aposta da companhia é a venda das maquininhas, a exemplo do que fazem algumas de suas concorrentes. Há dois meses ela iniciou as vendas da máquina Stelo, marca que foi adquirida em janeiro deste ano. Ela comprou, por 87,5 milhões de reais, os 70% restantes da Stelo, que pertenciam ao Bradesco e ao Banco do Brasil, que controlam ambas.

A venda do aparelho é voltada para as pequenas empresas. "Vimos que o mercado de base, no qual não estávamos presentes, tem potencial. Entendemos que há clientes que preferem alugar a máquina e outros que querem comprá-la", afirmou o presidente.

Para os clientes de médio porte, a companhia aposta na Lio, máquina que além de passar cartões também ajuda a organizar estoques e medir o balanço financeiro da companhia. Mais de 80 aplicativos que ajudam na gestão do negócio já estão integrados ao terminal, que tem cerca de 49 mil unidades vendidas.

A empresa ainda irá reforçar suas parcerias com os bancos, que são os maiores canais de distribuição da companhia. Há poucos dias, lançou uma máquina co-branded em parceria com o Bradesco, chamada de “Bradesquinha”. O Bradesco, juntamente com o Banco do Brasil, é um dos controladores da Cielo. A máquina será vendida, ao invés do pagamento de aluguel ou taxas.

Gouveia afirma que em breve espera abrir a parceria para outros bancos, como Caixa e o próprio Banco do Brasil. Esses terminais, que são operados pela Cielo mas levam também as marcas dos bancos, podem gerar um engajamento maior com os próprios bancos, acredita, o que pode impulsionar a distribuição da Cielo.

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