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Cielo divulga impacto da pandemia e aponta futuro com Cielo Pay

A expectativa dos analistas do BTG Pactual é que a receita líquida caia 45% em relação ao mesmo período do ano passado

Cielo: a empresa vem apostando em parcerias, como com o Mercado Pago e a Ame  (Germano Lüders/Exame)

Cielo: a empresa vem apostando em parcerias, como com o Mercado Pago e a Ame (Germano Lüders/Exame)

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Natália Flach

Publicado em 28 de julho de 2020 às 06h48.

Última atualização em 29 de julho de 2020 às 08h39.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, parte das vendas que eram transacionadas nas maquininhas de supermercados, farmácias e lojas de departamento migrou para sites e aplicativos. Mas o link de pagamento e o ecommerce não foram suficientes para compensar a queda das vendas presenciais. Desde o surto da covid-19, o varejo total recuou 26,3% no Brasil, de acordo com dados da Cielo. Esse quadro desafiador tem implicação no resultado do segundo trimestre da líder em maquininhas no país, que será divulgado nesta terça-feira, 28.

Nesse cenário, é possível que a antecipação de recebíveis apareça no balanço como uma fonte importante de receita, especialmente em um momento que a torneira de crédito está fechada para pequenas e médias empresas. Mas nem isso deve ser suficiente para a companhia ficar no azul.

A expectativa dos analistas do BTG Pactual é que a receita líquida caia 45% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a maior adquirente do país – em participação de mercado – totalizou um faturamento superior a 3 bilhões de reais. Já o lucro de 1 bilhão de reais em 2019 deve se transformar em prejuízo. No primeiro trimestre de 2020, a companhia comandada por Paulo Caffarelli teve lucro de 167 milhões de reais.

Nos próximos trimestres, a empresa deve emitir cartões pré-pagos e prestar serviços de carteiras digitais de maneira independente, já que recentemente recebeu o aval do Banco Central de emissora de moeda eletrônica. “Representa um passo importante no processo de construção de seu banco digital, Cielo Pay”, escrevem analistas da Guide. A plataforma hoje já tem mais de 100.000 clientes que, agora, poderão receber recursos por meio de transferências eletrônicas. Até então, só podiam fazer TEDs e DOCs.

Outra mudança que pode ampliar o alcance da Cielo é a parceria com o Facebok para criar um sistema de pagamento via WhatsApp – anunciado em junho, mas depois bloqueado pelo BC. As companhias terão até 10 de agosto para detalhar a remuneração prevista de cada parte para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Com a diversificação de iniciativas, a Cielo pretende se preparar para um varejo menos dependente das maquininhas, quando o sistema de pagamento PIX entrar no ar, em outubro. Mas até lá ainda vai ter que processar muitas transações para compensar o resultado no trimestre.

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