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Chouest, dos EUA, dobra estrutura no Porto do Açu

Em fevereiro, depois de um processo de licitação conturbado, a empresa americana fechou um contrato de R$ 2 bilhões com a Petrobras


	A Chouest decidiu adiantar em cinco meses o direito que tinha de adquirir mais áreas no porto e, com isso, praticamente dobrou sua estrutura no Porto de Açu
 (Divulgação)

A Chouest decidiu adiantar em cinco meses o direito que tinha de adquirir mais áreas no porto e, com isso, praticamente dobrou sua estrutura no Porto de Açu (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 08h21.

Rio de Janeiro - A americana Edison Chouest Offshore (ECO) anuncia nesta segunda-feira, 22, a antecipação de seus investimentos no Brasil para criar no Porto do Açu, no Rio de Janeiro, a maior base de apoio às atividades de exploração e produção de petróleo em alto-mar (offshore) do mundo. De olho no crescimento da demanda, a empresa decidiu adiantar em cinco meses o direito que tinha de adquirir mais áreas no porto e, com isso, praticamente dobrou sua estrutura no Açu.

A Prumo, dona do Porto do Açu, faz mistério sobre as cifras envolvidas no negócio. Mas a Edison Chouest dá uma pista ao revelar que o investimento de R$ 450 milhões para a construção da base de apoio offshore terá de dobrar com essa ampliação.

"Antecipamos o investimento para poder acelerar nossas obras. Após o contrato com a Petrobras, tivemos uma forte procura das empresas internacionais e estamos muito avançados nas negociações", disse Ricardo Chagas, diretor para a América Latina do Grupo Chouest e presidente da Brasil Port.

Em fevereiro, depois de um processo de licitação conturbado, a empresa americana fechou um contrato de R$ 2 bilhões com a Petrobras para fornecer serviços portuários para as plataformas na Bacia de Campos com a utilização de seis berços de atracação de navios no Açu. A Chouest venceu a licitação em novembro, mas o contrato só foi assinado meses depois, por causa de uma ação judicial da prefeitura de Macaé, região onde se localiza a maior produção de petróleo do País.

Com a ampliação acertada este mês, a empresa terá agora capacidade para atender 15 navios ao mesmo tempo, incluindo os seis berços destinados exclusivamente às embarcações da Petrobras. Uma estrutura bem maior do que os seis berços do Porto de Macaé, no Rio de Janeiro, onde a maior parte das atividades offshore da Petrobras oriundas da Bacia de Campos é realizada.

A previsão é de que pelo menos os primeiros três berços no Açu estejam concluídos até novembro. O projeto inclui ainda a instalação de um estaleiro de reparo naval para atender suas embarcações e de terceiros. No Brasil, a americana tem 70 embarcações de apoio marítimo offshore operando para a Petrobras, Shell, Queiroz Galvão, Total, Repsol e Statoil. Já o estaleiro é previsto para entrar em operação a partir do primeiro semestre de 2017.

"O investimento da Chouest dá um selo de qualidade ao Porto do Açu. Além disso, também deve atrair novas indústrias para cá", afirmou o presidente da Prumo, Eduardo Parente. "A Edison Chouest é a líder no setor de apoio offshore. É mais uma prova de que o Porto do Açu será o principal polo para o setor de oleo e gás", completou.

A construção de um estaleiro pelo grupo americano minimiza a perda causada ao porto pela crise da OSX, empresa de construção naval criada pelo empresário Eike Batista para atender a demanda do setor e que hoje está em recuperação judicial. Quando o Açu foi idealizado por Eike, antes da venda da companhia para a Global Energy Partners em agosto de 2013, o objetivo era fazer da OSX o grande estaleiro fornecedor da Petrobrás para suas investidas na exploração de petróleo e gás no pré-sal. A derrocada do grupo interrompeu os planos.

Com uma área de 1.030 metros de frente de cais, a previsão é de que a unidade da Chouest movimente 10,8 mil navios por ano. O presidente da Prumo ressaltou ainda que o grupo americano ficará com uma retroárea de cerca de 600 mil metros quadrados, o que também é um diferencial importante na atração das atividades offshore para o Açu. No Porto de Macaé, por exemplo, a retroárea é de apenas 50 mil quadrados. É nesse espaço que se faz o armazenamento das cargas e, muitas vezes, se localiza o desembaraço aduaneiro. Além disso, ponderou Parente, a estrutura e as tecnologias utilizadas no Açu são mais modernas, o que gera maior eficiência e rapidez nas atividades dos clientes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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