Chevron: o contrato, no valor de cerca de 20 milhões de dólares, deverá acontecer em 18 a 24 meses (Justin Sullivan/Getty Images)
Reuters
Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 21h37.
Rio de Janeiro - A petroleira norte-americana Chevron obteve acordo preliminar com a empresa de serviços de petróleo Schlumberger para perfurar seis poços marítimos brasileiros, disseram duas fontes, numa tentativa de elevar a produção no país após um derramamento de petróleo em 2011, que reduziu sua produção.
Seis poços deverão ser perfurados no campo de Frade, na Bacia de Campos, a partir do início de 2019, disseram as fontes. O contrato, no valor de cerca de 20 milhões de dólares, deverá acontecer em 18 a 24 meses, disse uma fonte a par do assunto.
O preço proposto não inclui a conclusão do poço ou os fluidos de perfuração necessários para o projeto, disseram as fontes. O acordo, que aguarda aprovação pelo Conselho de Administração da Chevron, inclui perfuração, brocas, cimentação e coleta de dados, disseram.
A porta-voz da Chevron, Isabel Ordonez, não quis comentar. O porta-voz da Schlumberger, Joao Felix, também não comentou.
Se aprovado, o projeto marcaria uma expansão da exploração da Chevron na maior região de produção de petróleo da América Latina, onde sua produção caiu para 12,5 mil barris de petróleo por dia (bpd), ante 36,400 mil bpd antes do vazamento de 2011.
O derramamento de óleo, que despejou 2,4 mil barris no oceano a cerca de 107 quilômetros do Rio de Janeiro, não atingiu a costa e foi menor do que vários derramamentos anteriores no país pela Petrobras.
Mas logo após o derrame do Golfo do México, de 4,9 milhões de barris da britânica BP, o acidente atraiu a atenção generalizada e levou promotores a acusarem criminalmente a empresa e 11 funcionários, bem como buscar 10,7 bilhões de dólares em danos por meio de um processo civil.
Segundo documento de 2013, a Chevron resolveu os encargos civis ao prometer empenhar 43 milhões de dólares em programas sociais e ambientais. As acusações criminais foram suspensas em 2015, mas os procuradores tentaram restabelecer o caso apelando a decisão, disse Chevron.
A Chevron não participou em outubro de leilões de blocos dopré-sal no Brasil, mesmo como grandes concorrentes como a anglo-holandesa Shell, a BP e a norte-americana Exxon Mobil apostando em altos lances.
A Petrobras tem 30 por cento em Frade. A Chevron detém 52 por cento e é responsável pela operação do campo. O restante é propriedade da Frade Japão, uma unidade do Inpex do Japão.