Brasil (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 19h11.
São Paulo - A Chesf, empresa do grupo Eletrobras com forte atuação na região Nordeste do País, sofrerá perda de receita seja qual for a decisão sobre as concessões do setor elétrico que vencem em 2015, mas teria condições de se adequar a esse cenário segundo o presidente da companhia, João Bosco de Almeida, em entrevista à Reuters.
"Em qualquer hipótese, perderemos receita. Estamos fazendo estudos para estimar qual será a perda", disse o presidente nesta terça-feira.
"(A decisão) Exigiria um ajuste grande na empresa para que se mantenha a rentabilidade que temos hoje. Mas eu diria que a Chesf, embora seja a mais afetada, por outro lado é uma empresa que está muito saudável e tem condições de passar por essa perda e se ajustar a esse novo nível de receita", acrescentou.
Almeida, que assumiu a presidência da Chesf em dezembro de 2011, disse que ainda não é possível precisar qual será a perda de receita exata antes que saia a decisão do governo. O tema está sendo tratado diretamente pelo Ministério de Minas e Energia com a Presidência da República, segundo ele.
A perda de receita ocorreria pelo desconto na tarifa considerando a depreciação de ativos já amortizados, seja com a renovação, seja com a relicitação.
A Chesf é uma das principais empresas afetadas pela decisão, já que cerca 9,2 GW do seu parque gerador e 16 mil quilômetros da sua transmissão vencem em 2015, segundo dados de relatório o Tribunal de Contas da União.
A Eletrobras, no entanto, já afirmou que os novos empreendimentos em construção pela empresa quase que substituiriam o total a vencer em 2015 - embora acredite na renovação das concessões.
O presidente da Chesf disse que a empresa ainda prepara um sistema de monitoramento de custos para preparar a gestão da empresa para o cenário de 2015.
Outro sistema de monitoramento que a estatal criou, na semana passada, segundo Almeida, está destinado ao acompanhamento das obras da Chesf, para reduzir riscos de atrasos.
A empresa é responsável por algumas obras de transmissão que farão a conexão de empreendimentos eólicos e que estão atrasadas -o que pode atrasar também a entrega da energia contratada no mercado regulado por esses parques.
"Os problemas estão ocorrendo não só com a Chesf, mas de um modo geral os empreendimentos atrasam", disse Almeida ao mencionar como motivos para os atrasos dificuldades no licenciamento ambiental, questão fundiária e sobrecontratação da indústria de construção.
"Os empreendimentos (licitados) a partir de 2010, não vamos deixar atrasar mais, não", disse.