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Chery fecha fábrica no Uruguai por crise no Brasil

Quase 150 trabalhadores foram demitidos


	Chery: a produção estava parada desde setembro do ano passado
 (Adam Dean/Bloomberg)

Chery: a produção estava parada desde setembro do ano passado (Adam Dean/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2015 às 06h47.

Montevidéu - A empresa automobilística chinesa Chery comunicou nesta terça-feira ao Ministério do Trabalho do Uruguai o fechamento de suas operações no país e a demissão de quase 150 trabalhadores devido à conjuntura econômica vivida por Brasil e Argentina, informou à Agência Efe o diretor nacional de Trabalho, Juan Castillo.

A empresa automotiva tinha no departamento uruguaio de Canelones, próximo à capital, uma unidade de montagem de veículos na qual trabalhavam 150 operários, mas sua produção estava parada desde setembro do ano passado.

No momento de maior atividade da unidade de montagem da Chery, que exercia suas operações em associação com uma sociedade chamada Socma, chegou a ter 300 operários.

Castillo estimou que, somados os postos de trabalho indiretos, se pode chegar a mil trabalhadores afetados pelo fechamento da fábrica.

Os acionistas da empresa chinesa argumentaram que tanto "a conjuntura econômica que atravessam Brasil e Argentina", como a "queda" de um envio de veículos para a Venezuela provocaram as demissões e a suspensão das operações da empresa no Uruguai, disse Castillo à Efe.

A conjuntura econômica influenciou a queda da demanda por peças de veículos no Brasil e na Argentina, segundo um relatório da produção automotiva no país publicado no mês de abril pelo Instituto Uruguai XXI, encarregado da promoção dos investimentos e exportações no país.

Castillo também relatou que a Chery alegou que "as restrições cambiais na Argentina e a demora em determinados trâmites para as importações" contribuíram para o fechamento da fábrica.

O diretor nacional de Trabalho também destacou que, apesar das demissões e do fechamento, a empresa "não manifestou" sua intenção de desmontar a fábrica e transferir a atividade para outro lugar.

O Ministério do Trabalho do Uruguai solicitou "48 horas" à empresa para encontrar uma possível saída e, segundo Castillo, o governo uruguaio está "muito preocupado" com o desenrolar dos eventos e "lamenta" a demissão de tantos trabalhadores.

Por outro lado, a maior associação sindical do Uruguai, o PIT-CNT, convocou uma entrevista coletiva para amanhã na qual apresentará uma avaliação sobre o ocorrido. 

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