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Cesp poderá entrar em leilão da Aneel por Teles Pires

Segundo o presidente Vilson Christofari, a empresa quer participação de 5% a 10% em um eventual consórcio

Além da Cesp, a Cemig e a Copel querem a Teles Pires usina de Teles Pires, com capacidade de 1.820 mW (Béria Lima/Wikimedia Commons)

Além da Cesp, a Cemig e a Copel querem a Teles Pires usina de Teles Pires, com capacidade de 1.820 mW (Béria Lima/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2010 às 15h51.

São Paulo - A estatal paulista de energia Cesp poderá participar do leilão de geração de energia que será promovido pela Aneel em dezembro, com foco exclusivo na usina de Teles Pires, entre o Mato Grosso e o Pará, o maior ativo a ser vendido no evento.

A companhia descarta participar sozinha e prevê uma participação minoritária em um eventual consórcio que ficar com a usina.

"Não estamos cogitando participar do leilão sozinhos", afirmou o presidente da Cesp, Vilson Daniel Christofari, nesta quinta-feira, em teleconferência com analistas e jornalistas sobre os resultados do terceiro trimestre. Segundo o executivo, a companhia deve adotar o regime de parcerias e terá participação em um eventual consórcio "de 5 a 10 por cento".

A usina de Teles Pires, empreendimento de 1.820 megawatts (MW) entre Mato Grosso e Pará também está sendo visada por outras estatais estaduais, Copel e Cemig.

Segundo Christofari, é possível que a empresa participe do evento de 17 de dezembro em parceria com outras empresas, desde que não seja criada uma Sociedade de Propósito Específico (SPE).

De acordo com o edital divulgado pela agência reguladora de energia na noite da última terça-feira, a obrigação de criar uma SPE é válida somente quando o consórcio contar com a participação de uma empresa estrangeira ou de um Fundo de Investimento em Participações (FIP). Em outros casos, a criação da sociedade é opcional.


Um projeto de lei que permite a participação da Cesp no capital de outras empresas está sendo examinado pela assessoria técnica do governo paulista. Encaminhado pela Secretaria de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, o projeto chegou ao Palácio dos Bandeirantes em 14 de outubro, mas não tem data para chegar às mãos do governador Alberto Goldman (PSDB) e, posteriormente, à Assembleia Legislativa.

A respeito de um eventual interesse da Cemig nos ativos da Cesp no caso de privatização, o presidente da empresa paulista disse que o interesse tem sido manifestado há vários anos e que "eles devem saber o que estão fazendo".

Venda de energia

Segundo o presidente da Cesp, o quarto trimestre deverá registrar os mesmos níveis de venda de energia registrados no terceiro, tanto para o mercado regulado quanto para o livre.

"As vendas no ACR (Ambiente de Contratação Regulado) dependem da demanda das distribuidoras e a previsão é de que no quarto trimestre se mantenham nos níveis anteriores", disse Christofari. "No ACL (Ambiente de Contratação Livre) a perspectiva é de que se mantenha o nível de consumo alto."

O presidente da Cesp afirmou ainda que a situação para a venda de energia neste ano é diferente do visto em 2009, quando a economia estava desaquecida.

No terceiro trimestre de 2010, 58,4 por cento da receita de energia veio do ACR, 37,4 por cento veio do ACL e os 4,2 por cento restantes vieram da venda de energia no curto prazo. No mesmo período do ano passado, os percentuais foram de, respectivamente, 59,5 por cento, 38 por cento e 2,5 por cento.

O preço médio geral por megawatt-hora (MWh) foi de 94,77 reais, contra 87,85 por cento entre julho e setembro de 2010.

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