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Cervejaria Petrópolis compra fábrica em Sorocaba

O fabricante das cervejas Itaipava e Crystal comprou a Bebidas Momesso, uma tradicional fábrica de refrigerantes populares no interior paulista

Cerveja Itaipava, da Petrópolis: a aquisição foi marcada por lances polêmicos (Divulgação)

Cerveja Itaipava, da Petrópolis: a aquisição foi marcada por lances polêmicos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 08h20.

Última atualização em 28 de novembro de 2018 às 19h25.

Sorocaba - O Grupo Petrópolis, fabricante das cervejas Itaipava e Crystal, comprou em leilão judicial as instalações da Bebidas Momesso, tradicional fábrica de refrigerantes populares em Sorocaba, a 92 quilômetros de São Paulo.

O grupo, que já possui uma fábrica de cervejas na região, em Boituva, está em processo de expansão dos negócios e reforçou recentemente sua participação no segmento de bebidas isotônicas. A arrematação ocorreu em leilão realizado no dia 4 de abril, mas não foi divulgada porque o negócio ainda é discutido judicialmente.

A aquisição, feita por intermédio da empresa Zuquetti & Marzola Participações e Representações, controladora do grupo, foi marcada por lances polêmicos. A fábrica da Momesso, localizada em um terreno de 31,7 mil metros quadrados em região urbana valorizada da cidade - nos altos da Av. Nogueira Padilha, à margem da rodovia Raposo Tavares -, mais os prédios administrativos e o galpão industrial com área construída de 9,9 mil metros quadrados, foram arrematados por R$ 17 milhões.

O lance dado pela empresa, no entanto, havia sido superado pelo de outro arrematante, mas a Justiça Federal de Sorocaba desclassificou o primeiro colocado por não ter feito o pagamento da caução de 20% no prazo determinado. Ao atribuir a arrematação ao segundo colocado, a Zuquetti & Marzola, o juiz federal levou em conta também o fato de o primeiro arrematante ser um ex-funcionário da Momesso.

A empresa foi levada a leilão em ação de execução movida pela Fazenda Nacional para cobrança de débitos fiscais. O montante total da dívida supera o valor de avaliação da fábrica. Em leilão anterior, realizado em março deste ano, os bens oferecidos - terreno e instalações - foram arrematados por uma pessoa física, uma ex-funcionária da Momesso, mas a arrematante não depositou o valor da caução e, ainda, sustou os cheques dados em pagamento ao leiloeiro. O juiz considerou ter havido fraude e determinou o novo leilão.

O magistrado também determinou a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apuração de fraude contra leilão público. A Momesso entrou com agravo de instrumento, obtendo a suspensão do processo até o julgamento do recurso, que ainda não ocorreu. Em razão de envolver sigilo fiscal, o processo corre em segredo de justiça. De acordo com o sócio-proprietário Odair Momesso, a empresa vai esgotar as medidas judiciais para evitar a perda do seu patrimônio.

Refrigerante

A Momesso conquistou o mercado regional com refrigerantes populares, como tubaína e o sabor groselha. A empresa teve participação no lançamento do primeiro refrigerante dietético fabricado no Brasil. Nos últimos anos, parte de sua linha de bebidas passou a ser produzida pela Refriso Bebidas, que ocupa as instalações levadas a leilão. Procurada, a direção da Refriso não quis se manifestar.

O Grupo Petrópolis, que já atua no mercado de não-alcoólicos com o energético TNT e o isotônico Ironage, além da água mineral Petra, confirmou a aquisição do prédio e do terreno da Momesso em Sorocaba, mas pontuou que a compra não representa nenhuma mudança na linha de produtos em curto prazo. As marcas de bebidas que pertencem à Momesso não foram incluídas no leilão.

O grupo Petrópolis tem quatro fábricas no Brasil - em Petrópolis e Teresópolis, no Rio de Janeiro, em Boituva (SP) e Rondonópolis (MT). A empresa é umas das principais cervejarias do Brasil, dona de marcas como Itaipava, Petra e Crystal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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