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CEOs latino-americanos estão menos otimistas em 2014

No mundo todo, a expectativa dos presidentes de empresa em relação ao aumento de receita cresceu de 36 para 39%. Na América Latina, houve queda de 53 para 43%


	Dinheiro: No Brasil, 42% dos CEOs estão muito confiantes quanto ao aumento de receita em 2014, índice igual ao da Suíça
 (Getty Images)

Dinheiro: No Brasil, 42% dos CEOs estão muito confiantes quanto ao aumento de receita em 2014, índice igual ao da Suíça (Getty Images)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 13h35.

São Paulo - Enquanto no mundo todo os presidentes de empresa estão mais otimistas quanto ao aumento da receita de suas companhias este ano em relação a 2013, na América Latina essa expectativa diminuiu.

Segundo estudo divulgado na terça-feira pela consultoria PwC, dos 1,3 mil CEOs ouvidos pelo mundo, 39% dizem esperar aumento nas receitas, número 3 pontos percentuais acima do registrado no ano passado.

Porém, se levados em conta apenas os executivos latino-americanos, o número dos que esperavam aumento de entrada de capital caiu de 53%, no ano passado, para 43% em 2014. 

Na mesma linha, os presidentes de empresa africanos também estão menos otimistas. Apenas 40% deles estão muito confiantes no aumento da receita. Em 2013, a fatia era de 44% e, em 2012, de 57%. 

Na América do Norte, não houve mudanças de um ano para o outro. O número de CEOs acreditam no crescimento da receita de suas companhias se manteve em 33%. 

Os presidentes de empresa do Oriente Médio são os mais confiantes. Entre eles, 69% apostam em receitas maiores este ano, contra 53% que pensavam o mesmo no ano passado. Na região da Ásia Pacífico a fatia também cresceu de 36% para 35% este ano. Na Europa Ocidental, a confiança cresceu 8%, chegando a 30%. 

Por país

Em um recorte por país, o nível de otimismo é bem variado. O Brasil ocupa a 6ª posição, com 42% dos CEOs muito confiantes, índice igual ao da Suíça. 

No topo está a Rússia, com 53%, seguida pelo México, com 51% e a Coreia, com 50%. O resultado da Coreia merece destaque já que no ano passado, o índice de presidentes de empresa otimista no país era de apenas 6%.

Em último lugar está a Argentina, com um índice de 10% de executivos muito otimistas. Veja os dados completos na tabela:

País 2014 2013
Global 39% 36%
Rússia 53% 66%
México 51% 62%
Coreia 50% 6%
Índia 49% 63%
China/Hong Kong 48% 40%
Países do sudeste asiático (ASEAN) 45% 40%
Dinamarca 44% -
Suíça 42% 18%
Brasil 42% 44%
Romênia 39% 42%
EUA 36% 30%
Austrália 34% 30%
Alemanha 33% 31%
Escandinávia 30% 20%
Reino Unido 27% 22%
Canadá 27% 42%
Japão 27% 18%
Itália 27% 21%
Venezuela 25% 30%
África do Sul 25% 45%
Espanha 23% 20%
França 22% 13%
Argentina 10% 26%

Como chegar lá

Para conseguir os bons resultados esperados, 35% dos presidentes de empresa pesquisados apostam no desenvolvimento de novos produtos ou serviços. No ano passado, o número era de 25%.

Aquisições e fusões ou alianças estratégicas no próximo ano também estão no plano de 20% dos CEOs, contra 17% em 2013.

Segundo a pesquisa, os executivos também disseram que visam oportunidades de crescimento em outros países que não os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) e que há boas perpectivas para a Indonésia, México, Turquia, Tailândia e Vietnã em um período de três a cinco anos.

Além desses, também estão na mira dos investimentos os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido. 

O quadro de funcionários das empresas pesquisadas também deve crescer. Metade dos CEOs disseram que pretendem contratar mais pessoal nos próximos 12 meses. No ano passado, essa fatia era de 45%.

Os setores em que há melhores perspectivas de emprego são tecnologia (63%), serviços (62%) e gestão de ativos (58%).

Os desafios

Segundo a pesquisa, os CEOs também elencaram as principais tendências que devem transformar seus negócios em um período de três a cinco anos. Entre as principais estão o avanço tecnológico, citado por 81 deles; as mudanças demográficas (60%) e as mudanças no poder econômico global (59%). 

Para enfrentar esses desafios, 93% apostam em mudanças nas estratégias de gestão, 91% investem em retenção e aumento da base de clientes, 90% em novas tecnologias, 89% em mudanças na estrutura organizacional e design, e 88% no uso de dados.

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