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CEO do Yahoo! enfrenta dilema sobre ações da Alibaba

Marissa Mayer terá que escolher entre contentar acionistas impacientes ou dirigir uma empresa maior


	Alibaba: Mayer poderá falar sobre seu plano para vender a participação ainda nesta semana
 (Nelson Ching/Bloomberg)

Alibaba: Mayer poderá falar sobre seu plano para vender a participação ainda nesta semana (Nelson Ching/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 21h50.

Nova York - A CEO do Yahoo! Inc., Marissa Mayer, poderia se deparar com que contornar o pagamento de impostos multibilionários a obrigue a escolher entre contentar acionistas impacientes e dirigir uma empresa maior.

O Yahoo e seus assessores passaram mais de um ano pensando uma opção viável para liquidar uma participação na Alibaba Group Holding Ltd. cotada em cerca de US$ 44 bilhões – e evitar ou minimizar uma potencial conta fiscal de US$ 15 bilhões.

Uma abordagem defendida por alguns investidores é separar as ações da Alibaba em uma companhia independente em uma transação livre de impostos.

Neste caso, o valor irá para os investidores no Yahoo. A desvantagem para Mayer: ela seria CEO de uma empresa cotada em cerca de um quarto dos US$ 49 bilhões do Yahoo.

“É o melhor resultado para os acionistas, mas não necessariamente para Marissa, caso sua intenção seja ser a CEO de uma empresa muito maior”, disse Eric Jackson, um investidor ativista cuja empresa, a Ironfire Capital LLC, com sede em Toronto, possui ações no Yahoo. “Provavelmente esse seja o maior interrogante”.

Mayer poderá falar sobre seu plano para vender a participação ainda nesta semana, após a finalização de uma restrição de 60 dias ligada ao cronograma da abertura de capital da Alibaba.

Ela planeja fornecer uma atualização até a próxima conferência de informe de lucros, no começo do ano que vem. O Yahoo poderia apresentar uma solução para evitar uma grande conta fiscal que analistas e investidores não estão antecipando.

Contratação

O JPMorgan Chase Co. e o Goldman Sachs Group Inc. foram contratados para ajudar o Yahoo a encontrar uma forma impositivamente eficiente de vender sua participação na Alibaba, disseram fontes do setor.

Assessores estão trabalhando com o Yahoo no assunto há mais de um ano, disseram as fontes, que pediram o anonimato porque os detalhes são privados.

O Yahoo já quase se decidiu pela estrutura que perseguiria, disseram as fontes. Representantes do Goldman Sachs e do JPMorgan não quiseram comentar.

A relação entre a Alibaba e o Yahoo data de 2005, quando a empresa americana adquiriu uma participação de 40 por cento em troca por US$ 1 bilhão e a posse das operações do Yahoo na China.

Em 2012, o Yahoo vendeu cerca de metade da participação à Alibaba, e na abertura desta em setembro, a empresa vendeu outros 140 milhões de ações.

Ainda que o Yahoo tenha colhido US$ 9,4 bilhões após taxas com aquela transação, a companhia pagou cerca de US$ 3 bilhões em impostos, segundo documentos apresentados pela empresa.

Normalmente, uma empresa americana pode esperar pagar impostos a uma taxa de 35 por cento sobre os ganhos quando vende ações em outra empresa por dinheiro. Após a venda, Mayer se comprometeu a vender a participação restante de forma fiscalmente eficiente.

Carta aberta

No fim de setembro, o fundador da Starboard Value LP, Jeffrey C. Smith, publicou uma carta aberta a Mayer, onde disse que o Yahoo deveria separar seus grandes investimentos na Ásia – a Alibaba e o Yahoo Japan – do seu negócio da internet.

Após a separação, o núcleo do Yahoo deveria explorar uma combinação livre de impostos com a AOL Inc., disse Smith. Ele disse que o mercado está subestimando o negócio principal.

Outra alternativa livre de impostos, conhecida como cash-rich splitoff (trocar as ações por outras de uma subsidiária com grandes recursos financeiros livres de impostos), deixaria Mayer na chefia de uma empresa maior.

Esta transação exigiria que a Alibaba ou outra empresa afiliada fornecesse caixa e uma empresa ativa a uma nova unidade, que seria dada ao Yahoo em troca pelas suas ações na Alibaba.

Contudo, esta opção exigiria a participação da Alibaba ou de outra empresa. No caso daquela, poderia ser difícil já que seu foco não é a venda do Yahoo, disseram fontes do setor.

“A Alibaba poderia temer que o assunto se transformasse em um problema político e eles fossem chamados a Washington para responder por que uma grande empresa asiática está ajudando o Yahoo a sonegar impostos”, disse Jackson da Ironfire.

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