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CEO do Uber pede desculpas por empresa após queixa de assédio

Em reunião que durou mais de uma hora, CEO pediu desculpas pela falta de diversidade e por não responder adequadamente às queixas dos funcionários

Travis Kalanick: moral dos funcionários do Uber está baixo (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

Travis Kalanick: moral dos funcionários do Uber está baixo (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2017 às 10h12.

Em uma reunião aberta para todos os funcionários do Uber Technologies na terça-feira passada, Travis Kalanick pediu desculpas pelas falhas da cultura de sua empresa depois que uma ex-funcionária alegou ter sido assediada e discriminada quando trabalhava na companhia.

Junto com Arianna Huffington, integrante do conselho, e a diretora de Recursos Humanos do Uber, Kalanick falou na sede da empresa de transporte compartilhado, em São Francisco, em uma reunião que durou mais de uma hora, de acordo com pessoas que compareceram ao evento.

O CEO do Uber, em ocasiões com lágrimas nos olhos, pediu desculpas pela falta de diversidade na força de trabalho da companhia e por não responder adequadamente às queixas de funcionários, enquanto membros do público pressionavam e faziam perguntas, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas falando sobre questões internas.

Após um começo de ano duro, o moral dos funcionários está baixo, disse uma das pessoas.

“Travis falou com muita sinceridade sobre os erros que cometeu — e sobre como pretende usar os acontecimentos das últimas 48 horas para construir um Uber melhor”, escreveu Huffington em uma publicação no blog da companhia.

“As mudanças não costumam acontecer sem um catalisador. Espero que, após entender o que deu errado e consertar isso, possamos não somente melhorar o Uber, mas também contribuir para melhorias para as mulheres em todo o setor.”

Em seus quase oito anos de história, o Uber foi atacado por polêmicas quase constantes. As declarações públicas de Kalanick ao longo dos anos ajudaram a criar uma reputação combativa para a companhia.

Mas este ano já se tornou um dos períodos mais tumultuados da startup. No mês passado, o movimento #deleteuber surgiu depois que clientes acusaram o Uber de ter furado uma greve dos taxistas de Nova York e de ter se alinhado ao presidente dos EUA, Donald Trump.

Kalanick organizou uma reunião geral semelhante em meio à polêmica do #deleteuber. Ele afirmou ser contra o veto de Trump aos refugiados e acabou saindo do conselho de assessoria empresarial do presidente.

Depois, no fim de semana passado, a ex-desenvolvedora de software Susan Fowler escreveu uma publicação de blog alegando que havia sido assediada sexualmente durante o ano em que trabalhou no Uber e que o departamento de RH da companhia tentou proteger o gerente dela, em vez de tentar resolver a situação.

“Estava claro que ele estava tentando me convencer a ter relações sexuais com ele, e isso passou tão claramente dos limites que eu imediatamente gravei capturas de tela dessas mensagens de bate-papo e o denunciei para o RH”, escreveu Fowler.

Ela disse ter sido informada por gerentes seniores que ele era “um profissional de alto desempenho” e que eles não queriam puni-lo pelo que consideravam ser um “erro não intencional”.

O ex-procurador-geral dos EUA Eric Holder está trabalhando com o Uber para conduzir uma investigação sobre as acusações feitas por Fowler.

Kalanick escreveu em um e-mail enviado aos funcionários na segunda-feira que Holder e Tammy Albarran, sócia do escritório de advocacia Covington & Burling junto com Holder, “realizarão uma análise independente sobre as questões específicas relativas ao ambiente de trabalho que foram apontadas por Susan Fowler e também sobre a diversidade e a inclusão no Uber de forma mais ampla”.

Liane Hornsey, que assumiu em janeiro a direção de RH da companhia, participará da investigação, assim como Huffington e Angela Padilla, consultora-geral associada.

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