Negócios

CEO da Novo Nordisk prestará depoimento nos EUA sobre preço de Ozempic e Wegovy

Senador Bernie Sanders alegou que farmacêutica cobra preços mais altos dos americanos do que dos europeus

Demanda por medicamentos da Novo Nordisk para perda de peso vem preocupando autoridades (Divulgação)

Demanda por medicamentos da Novo Nordisk para perda de peso vem preocupando autoridades (Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 10h56.

O CEO Novo Nordisk irá passar por um interrogatório no Senado dos EUA, nesta terça-feira, sobre os altos preços do medicamento para perda de peso Wegovy e do tratamento para diabetes Ozempic, já que a demanda por ambas as injeções dispararam nos EUA. As informações são da CNBC.

Lars Fruergaard Jørgense vai participar de uma audiência do Comitê de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões do Senado nesta manhã em Washington, D.C. Isso acontece cerca de cinco meses após o senador Bernie Sanders abrir uma investigação sobre as práticas de preços da farmacêutica dinamarquesa.

Sanders alega que a Novo Nordisk cobra dos americanos preços substancialmente mais altos do que cobra de pacientes em outros países. O Ozempic custava quase US$ 969 por mês e o Wegovy, US$ 1.350 por mês nos EUA.

Enquanto isso, ambos os tratamentos podem custar menos de US$ 100 para um suprimento mensal em alguns países europeus, de acordo com um comunicado do comitê. O Ozempic custa apenas US$ 59 na Alemanha, enquanto o Wegovy custa US$ 92 no Reino Unido.

Sanders também disse na semana passada que os CEOs das principais empresas farmacêuticas genéricas lhe disseram que poderiam vender uma versão do Ozempic por menos de US$ 100 por mês com lucro. Atualmente, não há alternativas genéricas ao Ozempic disponíveis nos EUA.

Pressão no sistema de saúde

Sanders e outros congressistas, especialistas em saúde e seguradoras alertaram que a demanda pelos medicamentos da Novo Nordisk e tratamentos semelhantes para perda de peso e diabetes da rival Eli Lilly poderiam potencialmente levar o sistema de saúde dos EUA à falência, a menos que os preços caiam.

Ambas as farmacêuticas produzem GLP-1s, que imitam hormônios produzidos no intestino para conter o apetite de uma pessoa e regular seu açúcar no sangue. A injeção para perda de peso Zepbound da Eli Lilly e o medicamento para diabetes Mounjaro custam cerca de US$ 1.000 por mês, segundo reportagem da CNBC.

Em um comunicado, o Comitê de Saúde do Senado disse que custaria aos EUA US$ 411 bilhões por ano se metade de todos os americanos tomasse medicamentos para perda de peso da Novo Nordisk e da Eli Lilly. Isso é US$ 5 bilhões a mais do que os americanos gastaram em todos os medicamentos prescritos em 2022.

A expectativa é que o Ozempic estará sujeito à próxima rodada de negociações de preços entre os fabricantes e o Medicare — uma disposição da Lei de Redução da Inflação do presidente Joe Biden que visa reduzir os custos para idosos. O Ozempic provavelmente estará elegível para negociações quando a próxima rodada de medicamentos for selecionada em 2025, para mudanças de preço que entrarão em vigor em 2027.

Acompanhe tudo sobre:Indústria farmacêuticaNovo Nordisk

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões