Negócios

CEO da Nissan e Renault aposta na venda de carros elétricos

Carlos Ghosn assegurou que as vendas de veículos elétricos continuam a aumentar, apesar de um início mais lento do que o previsto

CEO das montadoras Nissan e Renault, Carlos Ghosn: "admitimos que o ritmo de crescimento das vendas é mais lento do que se pensava anteriormente" (Philippe Wojazer/Reuters)

CEO das montadoras Nissan e Renault, Carlos Ghosn: "admitimos que o ritmo de crescimento das vendas é mais lento do que se pensava anteriormente" (Philippe Wojazer/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 13h38.

Thimbu - O CEO das montadoras Nissan e Renault, Carlos Ghosn, assegurou nesta sexta-feira à AFP que as vendas de veículos elétricos continuam a aumentar, apesar de um início mais lento do que o previsto, depois da assinatura pela Nissan de um acordo com o Butão.

Conhecido no exterior por seu curioso Índice da Felicidade Nacional Bruta, o Butão apostou nos veículos elétricos com o apoio da Nissan.

Situado entre a China e a Índia, este pequeno reino himalaio quer ser converter em uma nação pioneira dos carros elétricos, já que obtém boa parte de suas divisas estrangeiras da venda à Índia de eletricidade produzida em suas quatro hidroelétricas, com uma capacidade acumulada de 1.400

Por que vir para o Butão, onde o mercado ainda é insipiente?

Carlos Ghosn: Quero apoiar a vontade do primeiro-ministro Tshering Tobgay de implantar veículos elétricos. Este país diz "o futuro são os veículos elétricos, quero basear meu transporte neste sistema para preservar o meu ambiente". Isto é importante porque é o primeiro país que diz isso claramente, e que implementa leis, regulamentos, a tributação necessária para fazer com que funcione. Queremos incentivar essa política, que consiste desde o início dizer: antes do meu desenvolvimento, faço a escolha certa pelos veículos elétricos.

Ele tem tudo para ter sucesso, porque ele gera energia elétrica através de hidrelétricas e, portanto, não emite CO2. Ele não quer importar petróleo, porque está preocupado com a sua balança de pagamentos. Esta é uma vitrine global, mas é também um negócio: primeiramente, os veículos oficiais, os táxis, as famílias ricas. Começaremos com este nicho, mas o Butão irá se desenvolver: estamos falando de centenas de carros, mas eu espero que haja alguns milhares em pouco tempo.

As vendas globais de veículos elétricos não decolaram tão rapidamente quanto o esperado. O que te faz ter confiança?

Carlos Ghosn: Tínhamos fixado 1,5 milhões de unidades vendidas no total, para a Renault e Nissan até 2016, aumentamos este período até 2020. Nós todos admitimos que o ritmo de crescimento das vendas é mais lento do que se pensava anteriormente, mas os números continuam a subir. Passamos os 100.000 e chegamos a uma taxa de quase 60 mil por ano. Por parte da Renault, o volume de vendas do modelo Zoe vai aumentar em 2014. Tudo está relacionado ao desenvolvimento de infra-estruturas, mas os concorrentes começam a chegar, e esse é um sinal que nunca falha.

As novas sinergias anunciadas entre a Renault e a Nissan prenunciam uma integração das duas empresas?

Carlos Ghosn: Estas sinergias permitem manter as marcas e culturas intactas e muito distintas, as empresas independentes. E não paramos por aí, mas é uma lógica de desenvolvimento de sinergias e não de integração. As marcas estão de fato intimamente ligadas a seu país de origem, com uma forte identidade japonesa e uma forte identidade francesa, e também relacionada à presença local. O objetivo é gerar 4,3 bilhões de euros em sinergias em 2016. Em 2013, estima-se que atingimos 2,8 bilhões.

(Entrevista de Patrice Novotny)

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarlos GhosnCarrosCarros elétricosEmpresasEmpresas francesasEmpresas japonesasExecutivos brasileirosMontadorasNissanPersonalidadesRenaultVeículos

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem