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CEO da Hermès diz que fica triste por ver bolsas Birkins da grife na vitrine de revendedores

O modelo original da empresa foi leiloado recentemente pela bagatela de US$ 10 milhões (mais de R$ 50 milhões)

Birkin e Kelly: os dois modelos icônicos da Hermès - que continuam mais atuais do que nunca (Corbis/Getty Images)

Birkin e Kelly: os dois modelos icônicos da Hermès - que continuam mais atuais do que nunca (Corbis/Getty Images)

Publicado em 1 de agosto de 2025 às 06h10.

Última atualização em 1 de agosto de 2025 às 19h02.

O CEO da Hermès, Axel Dumas, disse que a venda das luxuosas e tradicionais bolsas Birkins para revendedores prejudica o relacionamento da marca com clientes reais. "Eu faço uma careta e não fico feliz", disse ele sobre ver os produtos da grife nas prateleiras de revendedores.

Dumas, bilionário executivo de uma das empresas mais valiosas da França, disse, em teleconferência para analistas, que ver as novas bolsas da grife circulando em mercados secundários não é positivo para a empresa. "Às vezes, clientes falsos vêm às nossas lojas para comprá-las e revendê-las, e eles nos impedem de atender nossos clientes reais. Isso é um motivo de preocupação para nós", disse Dumas, nesta quarta-feira, 31.

As bolsas da grife têm nome inspirado na atriz Jane Birkin (1946-2023). Como são altamente cobiçadas, isso despertou um mercado paralelo com imitações e falsificações.

Tradição

A primeira bolsa Birkin foi lançada em 1984. O modelo original da empresa foi leiloado recentemente pela bagatela de US$ 10 milhões (mais de R$ 50 milhões), quebrando o recorde de bolsa mais cara já arrematada em um certame do tipo.

Neste ano, um modelo que custa US$ 78, vendido no Walmart, viralizou no TikTok, dando um toque de popularização inglória à grife antes seleta.

A Hermès manteve sua forte sequência de vendas no último trimestre, reportando uma receita trimestral de € 8 bilhões, o equivalente a US$ 9,13 bilhões, o que representou um aumento de 8% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A empresa é uma das poucas gigantes do luxo que não foi afetada pela crise do setor. Sua maior concorrente francesa, a LVMH, viu suas vendas despencarem nos últimos trimestres. No primeiro semestre de 2025, a LVMH relatou uma queda de 4% na receita e de 22% no lucro líquido.

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