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CEO da Boeing manda empresa reavaliar projeto de novo avião

Na prática, Dave Calhoun está adiando novamente os planos da companhia que foram interrompidos pela crise envolvendo o 737 MAX

Boeing: Calhoun afirmou que o campo competitivo é diferente (Christopher Goodney/Bloomberg)

Boeing: Calhoun afirmou que o campo competitivo é diferente (Christopher Goodney/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 11h58.

Londres/Chicago — O novo presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, mandou a gigante aeroespacial voltar à prancheta com relação a uma nova aeronave para o mercado intermediário, na prática arquivando planos de 15 bilhões a 20 bilhões de dólares que foram atropelados pela crise envolvendo o 737 MAX.

A decisão sobre o lançamento de um novo avião de médio porte (NMA, na sigla em inglês) com capacidade para 220-270 passageiros, que parecia iminente há apenas um ano, já havia sido adiada, uma vez que a Boeing dedicou toda a sua atenção à suspensão do 737 MAX depois de dois acidentes fatais.

Mas dias depois de assumir o comando com o mandato de tirar a Boeing de sua crise de reputação que já dura 10 meses, o novo presidente-executivo disse que o campo competitivo havia mudado.

"Desde que a primeira folha de papel foi entregue, as coisas mudaram um pouco... o campo competitivo é um pouco diferente", disse ele a jornalistas em uma teleconferência na quarta-feira.

"Vamos começar com uma folha de papel limpa novamente. Estou ansioso por isso", disse Calhoun. Ele também falou de uma nova abordagem para o mercado.

Um porta-voz da Boeing disse que Calhoun havia encomendado um novo estudo sobre que tipo de aeronave era necessária. Normalmente, as novas aeronaves levam de 6 a 7 anos ou mais para serem lançadas no mercado quando a decisão é tomada, embora a Boeing pretenda encurtar isso em parte por meio da tecnologia digital e de novos modelos de negócios projetados em torno do novo avião de médio porte.

Calhoun "pediu à equipe que fizesse uma avaliação do mercado futuro e que tipo de avião é necessário para atender o mercado futuro", disse o porta-voz Gordon Johndroe.

Observando que as avaliações originais do NMA foram feitas há cerca de dois anos e meio, ele disse que o novo estudo "se baseará no que foi aprendido... em design e produção".

Como evidência adicional de uma mudança de ritmo, pessoas familiarizadas com o assunto disseram que uma reunião entre a Boeing e um grande fornecedor em potencial, originalmente programada para a próxima semana, havia sido abruptamente cancelada, sem nova data.

Isso contrasta com a abordagem de algumas semanas atrás, quando a Boeing ainda apresentava novos detalhes do NMA para algumas companhias aéreas, incluindo um logotipo --"theNMA" - e detalhes de uma estrutura "composta avançada", de acordo com um slide visto pela Reuters.

O NMA foi projetado para atender a uma lacuna delgada entre jatos de corredor único como o 737 MAX e jatos maiores como o 787.

Mas a maior parte do esforço girou em torno de um novo sistema de produção projetado não apenas para apoiar o NMA, mas para estabelecer as bases para a próxima aeronave de corredor único após o 737 MAX.

Calhoun disse que espera que o MAX, cujo retorno ao serviço foi adiado novamente no início desta semana, retome seu lugar anterior no mercado e permaneça em serviço por uma geração.

Tradicionalmente em disputa parelha com a Airbus , a Boeing ficou atrás em vendas para a maior categoria de aviões de corredor único, como o Airbus A321neo, de 200 a 240 assentos, que se sobrepõe ao nicho alvo do NMA.

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