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A carta do CEO da Apple sobre o assassinato de George Floyd

A carta diz que Apple apoia a luta dos negros contra a violência e o preconceito e afirma que a empresa fará doações para diminuir a discriminação

Tim Cook: CEO da Apple não ignorou os protestos que ocorrem nos EUA (Drew Angerer/Getty Images)

Tim Cook: CEO da Apple não ignorou os protestos que ocorrem nos EUA (Drew Angerer/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2020 às 10h25.

Última atualização em 1 de junho de 2020 às 12h52.

O CEO da Apple, Tim Cook, escreveu uma carta para os funcionários da empresa, após a morte de George Floyd, por um policial em Minneapolis, e pelos protestos que se seguiram devido à discriminação racial que acontece nos Estados Unidos.

Divulgado pela rede americana CNBC, o texto diz que Apple apoia a luta dos negros contra a violência e o preconceito no país e afirma que os recursos da empresa serão disponibilizados para os funcionários que precisarem deles.

Além disso, Cook declarou que fará doações a grupos que buscam acabar com a injustiça racial, o encarceramento em massa e abuso aos direitos humanos de comunidades mais vulneráveis.

A carta também foi escrita após a empresa ter fechado dezenas de lojas no fim de semana por causa dos protestos.

Leia abaixo a mensagem do CEO da Apple:

“Equipe, 

Neste momento, há uma dor muito grande e profunda na alma do nosso país e nos corações de milhares de pessoas. Para nos juntarmos, precisamos nos unir uns aos outros e reconhecer o medo, a dor e a raiva provocados pelo assassinato sem motivos de George Floyd e pelo racismo de muitos e muitos anos. 

Esse passado doloroso está presente até hoje -- não apenas na forma de violência, mas nas experiências de todos os dias, profundamente enraizadas na discriminação. Nós vemos isso no nosso sistema de Justiça, nas estatísticas desproporcionais de doenças afetando mais comunidades de negros e pardos, na desigualdade dos serviços em nossas vizinhanças e na educação que as crianças recebem. Enquanto nossas leis mudaram, a realidade é que suas garantias não são aplicadas universalmente. 

Nós vimos progresso nos Estados Unidos nas últimas décadas, mas é igualmente verdade que minorias étnicas continuam a sofrer discriminação e trauma. 

Eu escutei de muitos de vocês que vocês estão com medo – medo na comunidade de vocês, medo no dia a dia e, o mais cruel de tudo, medo da cor da pele. Nós não podemos ter celebrações na sociedade a menos que possamos garantir liberdade para cada pessoa que dá a esse país seu amor, trabalho e vida. 

Na Apple, nossa missão sempre foi e vai continuar sendo criar tecnologias que empoderem as pessoas para mudar o mundo para melhor. Nós sempre tiramos forças das adversidades, recebemos pessoas de todos os lugares em nossas lojas no mundo inteiro e buscamos construir uma Apple inclusiva para todos. 

Mas juntos precisamos fazer mais. Hoje a Apple está fazendo doações a diversos grupos, como a Equal Justice Initiative, uma organização sem fins lucrativos que busca desafiar a injustiça racial, acabar com o encarceramento em massa e proteger os direitos humanos das pessoas mais vulneráveis da sociedade americana. Pelo mês de junho, também vamos ampliar as doações de nossos funcionários via Benevity. 

Para criarmos essa mudança, precisamos reexaminar nossos próprios conceitos e ações com base nessa dor que é muito sentida, mas que também é ignorada. Não podemos ficar de lado. Para nossos colegas na comunidade negra – nos encontraremos. Vocês importam. As vidas de vocês importam. E vocês têm valor aqui na Apple. 

Para todos os nossos colegas feridos, por favor, saibam que vocês não estão sozinhos e que nós temos recursos para apoiá-los. É mais importante do que nunca conversar uns com os outros e encontrar a cura no que têm em comum. Nós também temos recursos gratuitos para ajudá-los, como nosso Programa de Assistência ao Funcionário (Employee Assistance Program), e programa de saúde mental que vocês podem acessar no site de RH. 

Este é um momento em que muitas pessoas querem nada mais do que o retorno à normalidade ou ao status quo, que só é confortável se ignorarmos a injustiça. Por mais difícil que seja admitir, esse desejo é um sinal de privilégio. A morte de George Floyd é chocante e também é um sinal de que precisamos buscar mais que um “futuro normal”. Precisamos construir um futuro que inclua os maiores ideais de igualdade e justiça. 

Como Martin Luther King já disse, “cada sociedade tem os protetores do status quo e uma fraternidade de indiferentes, que é conhecida por estar adormecida durante as revoluções. Hoje, nossa própria sobrevivência depende de nossa habilidade de permanecer despertos, de ajustar às novas ideias, de permanecer vigilantes e de encarar o desafio da mudança”. 

A cada respiro que damos, precisamos nos comprometer em sermos a mudança e a criarmos um futuro melhor e mais justo para todos. 

Tim”. 

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