Negócios

CEO carismático tem mais influência sobre analistas, diz estudo

Pesquisadores afirmam que presidentes-executivos carismáticos podem induzir analistas a fazer previsões mais positivas sobre empresas

CEOs carismáticos podem ganhar a confiança dos analistas "na lábia" (.)

CEOs carismáticos podem ganhar a confiança dos analistas "na lábia" (.)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2010 às 21h20.

São Paulo - O carisma de um CEO novato pode ser mais eficaz do que o pragmatismo. É o que revela um estudo realizado por pesquisadores da HEC School of Management, de Paris, e das universidades da Pensilvânia e da Flórida, nos EUA.

Os dados levam à conclusão de que presidentes-executivos mais carismáticos podem induzir os analistas a fazer previsões positivas, porém erradas, sobre os ganhos das empresas, o que provocaria uma valorização dos bens das companhias.

A pesquisa, publicada no fim de 2009, acompanhou 367 transições de CEOs entre 1990 e 1999. Os estudiosos analisaram as primeiras cartas dos presidentes aos parceiros, buscando linguagem carismática em que desafiassem os padrões, valorizassem investidores e funcionários e exaltassem questões morais e ideológicas em detrimento do pragmatismo.

Com o mesmo método usado em análises que jornais fazem de discursos presidenciais, os estudiosos perceberam que palavras inclusivas, como "nós" e "nosso", e expressões que correspondem ao sucesso da coletividade são mais usadas pelos líderes carismáticos.

Depois, foram analisadas as previsões e recomendações dos analistas dessas companhias por um ano, desde o início da gestão dos CEOs. Durante este tempo, os pesquisadores examinaram os ganhos na época comparados às previsões dos analistas. Eles perceberam que neste período ocorreram mais erros de previsões do que no ano anterior à posse do novo presidente-executivo.

Os pesquisadores indicam que, à medida que mais analistas forem levados pelo carisma do CEO, os investidores irão considerar que este consenso favorável é um sinal de que a empresa e suas ações continuarão estáveis. A equipe recomenda, porém, que os analistas fiquem atentos para que esta influência não prejudique sua reputação e seus investimentos. Uma possível solução para esta armadilha é recorrer a treinamentos.
 

Acompanhe tudo sobre:Açõesgestao-de-negociosNível de confiança

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades