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Cenário incerto faz Vale reduzir investimento em 2013

Na quarta, a Vale anunciou que colocou em revisão o escopo e o cronograma do projeto de ferro Simandou


	Mina da Vale, em Carajás: nos primeiros nove meses deste ano, os investimentos da Vale totalizaram 12,3 bilhões de dólares
 (Agência Vale)

Mina da Vale, em Carajás: nos primeiros nove meses deste ano, os investimentos da Vale totalizaram 12,3 bilhões de dólares (Agência Vale)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2012 às 18h30.

São Paulo - A Vale vai reduzir investimentos, sair de projetos que não lhe dão retorno e continuar implementando corte de custos diante do cenário incerto de preços de minério de ferro e metais no mercado internacional, disse nesta quinta-feira o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da companhia, Luciano Siani.

A anúncio foi feito um dia depois que a maior produtora de minério de ferro do mundo divulgou redução de 57,8 por cento no seu lucro líquido no terceiro trimestre, impactado pelo forte recuo dos preços do produto.

Siani disse que os investimentos no próximo ano serão menores que os realizados este ano, mas descartou grandes alterações nos planos da empresa.

"Quando a Vale fala em desinvestimento, não se deve esperar nada excitante", disse o diretor em teleconferência nesta quinta-feira.

"O investimento em 2013 continuará sendo o maior da indústria de mineração e o maior investimento privado do Brasil", acrescentou Siani.

Nos primeiros nove meses deste ano, os investimentos da Vale totalizaram 12,3 bilhões de dólares, alta de 8,4 por cento em relação ao mesmo período de 2011.


Entre os projetos na mira da Vale para possível desinvestimento está o empreendimento de níquel na Nova Caledônia, ilha no sul do Pacífico.

São Paulo - Mais cedo a Sumitomo Metal Mining e a Mitsui, parceiros da Vale no projeto, anunciaram que vão reduzir investimentos.

"No primeiro trimestre de 2013 nós vamos discutir e decidir se essa operação é viável em termos de capacidade e em termos de crescimento", disse o diretor-executivo de Metais Básicos e TI da empresa brasileira, Peter Poppinga.

Na quarta, a Vale anunciou que colocou em revisão o escopo e o cronograma do projeto de ferro Simandou, com potencial gigante, na Guiné, por dificuldades com o governo local e por haver "incertezas demais".

A Reuters antecipou em setembro que o projeto perdeu prioridade na carteira de investimentos da mineradora para Serra Sul, outro gigantesco projeto de ferro, localizado no Pará.

A Vale reiterou que o projeto de expansão de Carajás, Serra Sul, e de carvão Moatize, em Moçambique, são prioridade absoluta. Com a expansão Carajás --Serra Sul é um projeto de 90 milhões de toneladas anuais de minério--, a Vale diz que vai recuperar participação de mercado perdida nos últimos anos.

Para se concentrar em suas prioridades, a mineradora disse deverá seguir com desinvestimentos em algumas áreas menos importantes.

"Estamos avaliando ativos de base metals", disse o diretor financeiro.

Ele afirmou que a companhia está tentando mitigar todos os riscos do projeto Rio Colorado, um empreendimento bilionário de potássio na Argentina.

Ao contrário de Simandou, o projeto Rio Colorado continua no portfólio de principais projetos, com previsão de início de operação no segundo semestre de 2014.

"Estamos ativamente buscando parceiros para o projeto", disse Siani.

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