Funcionários da Cemig: companhia irá brigar para renovar as concessões das hidrelétricas Jaguara, São Simão e Miranda de acordo com os atuais contratos (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2013 às 11h47.
São Paulo - A Cemig, estatal mineira de energia, fará um "esforço grande" para recuperar resultados até 2016, que foram afetados pelas regras da medida de renovação das concessões, por meio de redução de custos e aquisições ao mesmo tempo em que briga para manter ativos antigos.
"Nós temos uma grande missão, temos que voltar, o quanto antes, aos patamares de Ebitda que tínhamos até agosto do ano passado", disse o presidente da empresa, Djalma Bastos de Morais, em reunião anual com analistas nesta segunda-feira. Segundo ele, a expectativa é recuperar esses patamares de resultados até 2016.
A Cemig aderiu às regras de renovação das concessões nos segmentos de transmissão e distribuição, mas não aceitou a prorrogação para usinas do grupo e irá brigar para renovar as concessões das hidrelétricas Jaguara, São Simão e Miranda de acordo com os atuais contratos.
"Vamos, de todos os formatos possíveis e juridicamente corretos, trabalhar para que essas empresas fiquem conosco", disse o presidente.
A Cemig irá entrar com pedido de liminar nesta semana no Superior Tribunal de Justiça, segundo a diretora jurídica da Cemig, para que haja reconhecimento de que a empresa entrou com o pedido de renovação da concessão da usina Jaguara no prazo correto.
O Ministério de Minas e Energia negou prorrogar a concessão da hidrelétrica Jaguara à Cemig no início de maio, depois que a estatal mineira pediu extensão do contrato da usina por mais 20 anos, com base em regras antigas e não com as estabelecidas pelo governo em 2012. O governo, na ocasião, informou que negava o pedido de prorrogação por ter sido apresentado "intempestivamente".
"A Cemig não aceita que foi intempestiva no momento de propor o pedido... Estamos pedindo ao STJ que reconheça que a lei aplicável ao prazo do nosso pedido é a lei vigente no contrato", disse a diretora jurídica da Cemig, Maria Celeste Guimarães, durante a reunião desta segunda-feira.
A concessão de Jaguara vence em agosto deste ano, mas os executivos da Cemig voltaram a afirmar que ainda que percam a concessão do ativo, possuem sobra de energia para honrar contratos.
Se a decisão da liminar for favorável à Cemig, a empresa poderá continuar operando a usina enquanto o recurso é julgado, segundo Maria Celeste.
Readequação
Os executivos da Cemig acrescentaram que a empresa pretende recuperar o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), mantendo a postura agressiva em aquisições e participando dos leilões de concessões novas do setor elétrico. Eles ainda mencionaram a consolidação de sinergias com outras empresas do grupo e cortes de custos que a empresa já vem realizando.
"Com a mudança da MP 579 (de renovação das concessões), estamos em fase de contratação de consultoria para fazer os ajustes (no plano diretor)", disse o diretor vice-presidente Arlindo Porto Neto, durante a reunião.
O presidente Morais disse que a companhia iniciou o programa de demissão voluntária para cumprir com objetivo de corte de custos que já existia diante dos efeitos da revisão tarifária das distribuidoras, cujas regras reduziram o retorno das empresas.
"Tivemos uma aderência ao processo superior ao que esperávamos (dentro do objetivo da revisão tarifária)... Mas estamos avaliando se está aquém das necessidades de adequação que a nossa empresa precisa ter para adequar à MP 579", disse Morais.