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Cemig deve vender mais da metade de sua fatia na Light, diz fonte

A Cemig vai vender no mercado 11% da participação direta de 26% que detém no capital da Light, o que aconteceria em até 60 dias

Light: as dívidas da elétrica praticamente triplicaram desde 2012, após uma série de aquisições que falharam em alcançar os retornos esperados (Dado Galdieri/Bloomberg)

Light: as dívidas da elétrica praticamente triplicaram desde 2012, após uma série de aquisições que falharam em alcançar os retornos esperados (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 16 de março de 2017 às 15h45.

São Paulo - A elétrica mineira Cemig pretende vender mais de metade de sua fatia de 52 por cento na distribuidora e geradora Light, no que seria mais um movimento de um plano de vendas de ativos da companhia para reduzir sua enorme dívida, disse à Reuters nesta quinta-feira uma fonte com conhecimento direto do assunto.

De acordo com a fonte, a Cemig vai vender no mercado 11 por cento da participação direta de 26 por cento que detém no capital da Light, o que aconteceria em até 60 dias.

A Cemig ainda manteria menos de um terço da fatia de 26 por cento que detém indiretamente na Light, colocando o resto à venda, disse a fonte, sob a condição de anonimato.

Assumindo que a Cemig mantenha não mais de 25 por cento na Light e que a operação seja fechada a um preço de 25 reais por ação, o negócio poderia levantar cerca de 1,4 bilhão de reais para a Cemig, disse a fonte.

As ações da Light são negociadas nesta quinta-feira a cerca de 21,92 reais, ou cerca de 13,2 vezes os lucros estimados para este ano, segundo cálculos da Thomson Reuters.

As ações da Cemig operavam em alta de 2,9 por cento às 15:04, enquanto as da Light caíam 1,3 por cento no mesmo horário e o Ibovespa recuava 0,8 por cento.

Com o movimento, a Cemig encerraria um acordo de acionistas pelo qual controla a Light e daria o primeiro passo para transformar a Light em uma companhia com controle pulverizado, disse a fonte. Atualmente, o bloco de controle da Light inclui Cemig, Andrade Gutierrez e os veículos de investimento Luce Participações e RME Rio Minas Energia.

A Cemig tem buscado sair de alguns segmentos de negócio e focar em suas atividades principais no setor elétrico para recuperar a capacidade de investimento.

As dívidas da elétrica praticamente triplicaram desde 2012, após uma série de aquisições que falharam em alcançar os retornos esperados e após o governo federal renegociar alguns de seus contratos de concessão no mesmo ano.

Procurada, a Light disse que não iria comentar. A Cemig Light não comentou imediatamente. Esforços para falar com representantes do governo mineiro não tiveram sucesso até o momento.

A decisão da Cemig vem menos de uma semana após a Reuters publicar que a companhia está trabalhando em um plano para vender uma fatia majoritária nas suas subsidiárias de geração e transmissão, Cemig GT, e distribuição, Cemig-D.

O objetivo seria listá-las nas bolsas de São Paulo e Nova York neste ano.

Os recursos com a venda das ações da Cemig na Light seriam utilizados para reduzir a dívida de 13,7 bilhões de reais da elétrica mineira, disse a fonte.

Bancos incluindo BTG Pactual, JPMorgan, Santander Brasil e Citigroup estão em conversas para assessorar a transação, que deve ser concluída até o final de junho, disse a fonte.

Os bancos de investimento do Banco do Brasil e do Itaú Unibanco também estão participando das conversas, disse a fonte.

Os bancos não comentaram imediatamente.

A decisão do governo mineiro, controlador da Cemig, de deixar parcialmente a Light e listar Cemig GT e Cemig-D, soma-se a uma onda de fusões e aquisições vista no setor elétrico do Brasil no último ano.

O maior negócio foi a compra do controle da CPFL Energia pela chinesa State Grid no ano passado.

A Cemig segue ativa nessas transações, buscando se livrar de ativos que considera não essenciais ou muito problemáticos, ao mesmo tempo em que busca sócios para controladas fortemente endividadas, como a Renova Energia, de geração renovável.

A Reuters publicou no início do mês que uma unidade da canadense Brookfield está próxima de comprar uma fatia de 30 por cento na Renova.

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