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Cemig comprará fatia de sócios na Light se necessário, diz diretor

A Light é um dos ativos que constam de amplo plano de desinvestimentos da Cemig, que realizou hoje, 8, leilão de seus negócios em telecomunicações

Cemig: empresa segue em processo para se desfazer da Light, mas com prazo curto até novembro já se prepara para um eventual pagamento da "put" (Paulo Santos/Reuters)

Cemig: empresa segue em processo para se desfazer da Light, mas com prazo curto até novembro já se prepara para um eventual pagamento da "put" (Paulo Santos/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 19h26.

São Paulo - A estatal Cemig quer vender sua participação na Light, onde é controladora, mas está pronta para adquirir a fatia de sócios financeiros na elétrica se não encontrar compradores até novembro, quando vence uma opção de venda ("put") exercida por seus parceiros no negócio, disse à Reuters o diretor de Gestão de Participações da Cemig, Daniel Faria Costa.

A Light é um dos ativos que constam de um amplo plano de desinvestimentos da Cemig, que realizou nesta quinta-feira um leilão de seus negócios em telecomunicações, arrematados por um total de quase 650 milhões de reais pela norte-americana American Tower e pela Algar Soluções.

Segundo o diretor, a Cemig segue em um processo para se desfazer da Light, mas com o prazo curto até novembro já se prepara para um eventual pagamento da "put", que a Fitch Ratings estimou recentemente que deve custar 600 milhões de reais.

"A intenção até o momento é fazer o pagamento e liquidar essa operação. Para isso a Cemig tem várias fontes, pode utilizar de diversos recursos, não necessariamente (os obtidos com a venda) da Light", disse Costa.

Ele apontou que, nesse caso, a Cemig buscaria alguma operação para não terminar com uma fatia maior que 50 por cento na Light, o que faria a companhia se tornar uma estatal.

"Não há nenhuma intenção de que a empresa venha a se tornar uma estatal, então a Cemig vai tomar as providências necessárias", adicionou o executivo, sem detalhar.

Ele reforçou, no entanto, que idealmenteCemig pretende avançar com a venda da Light ainda em 2018, mesmo que tenha que recorrer a modelos alternativos.

Na semana passada, o diretor financeiro da Cemig, Maurício Fernandes Leonardo Jr., disse em Nova York que a empresa inclusive estaria aberta a uma parceria estratégia na Light.

"Nós estamos vendo várias alternativas e vamos encontrar uma que seja mais efetiva, para que seja um negócio de valor justo, um negócio que atenda aos padrões mínimos de rentabilidade que a gente espera nesse ativo", disse Costa.

Além da Light, a Cemig tem focado esforços para desinvestir também de sua participação na hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, e para viabilizar a venda de um parque eólico por sua controlada Renova Energia, que enfrenta dificuldades financeiras.

Segundo o diretor, a Renova assinou acordos de sigilo e recebeu ofertas não vinculantes pelo parque Alto Sertão III, na Bahia, cujas obras foram paralisadas pela empresa por falta de recursos.

"Temos assinado com três proponentes que estão fazendo suas negociações em paralelo, não existe nenhuma proposta hoje concretizada... São (ofertas) não vinculantes que estão sendo negociadas", afirmou.

Entre as empresas que avaliam o ativo da Renova está a Aliança Geração, uma joint venture entre a Cemig e a mineradora Vale para negócios em energia, conforme publicado no mês passado pela Reuters com informação de fontes.

Questionado, Costa não comentou os possíveis interessados no negócio.

"A intenção é concluir isso ao longo deste ano... Temos caminhos paralelos, com diferentes esforços, mas a gente espera que ainda este ano possa concluir a venda de tudo que a gente consiga. Se forem os três (Light, Renova e Santo Antônio) seria ótimo", afirmou.

A Light é responsável pela distribuição de eletricidade na região metropolitana do Rio de Janeiro e possui ainda ativos de geração.

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