ELETROBRAS: a venda da Celg é vista como o pontapé inicial para a privatização de todas as distribuidoras controladas pela empresa / Divulgação (Eletrobras/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 05h37.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h05.
A Eletrobras faz hoje a segunda tentativa de vender a Celg, distribuidora de energia de Goiás, em leilão às 9h na BM&FBovespa. A venda se encaixa no plano de reestruturação da empresa, desde agosto comandada por Wilson Ferreira Júnior (ex-CPFL), e o resultado é aguardado pelo mercado.
A Eletrobras tem 51% da Celg e o governo de Goiás os 49% restantes. Já houve uma tentativa de venda, em agosto, mas os potenciais investidores acharam que os 2,8 bilhões fixados como preço mínimo eram um valor alto demais. Agora, o valor foi reduzido para 1,8 bilhão. A administração da Eletrobras tem sinalizado que dessa vez o leilão será um sucesso, uma vez que vários investidores acessaram as informações da companhia. Os recursos deverão ser usados pela Eletrobras para reduzir o endividamento.
A Celg entrou no Programa Nacional de Desestatização (PND) em 2015. Depois de anos de má-gestão do governo goiano, o controle acionário da empresa foi transferido para a Eletrobras para evitar o comprometimento do fornecimento de energia elétrica na área de concessão. A distribuidora de Goiás atende 98,7% do território goiano.
A venda da Celg é vista como o pontapé inicial para a privatização de todas as distribuidoras hoje controladas pela Eletrobras: Cepisa (Piauí), Ceal (Alagoas), Eletroacre, Ceron (Rondônia), Boa Vista Energia (Roraima) e Amazonas Energia. Ineficientes, essas distribuidoras geram mais de 2 bilhões de reais ao ano de perdas para a Eletrobras – há analistas que acreditam que ainda que a Eletrobras entregue de graça essas empresas, faria um bom negócio somente ao estancar a sangria de recursos.
Uma empresa estatal, como a Eletrobras, não tem a flexibilidade necessária para atuar em distribuição, que exige, por exemplo, visitas a consumidores, para ligar e desligar clientes e atender a metas da Aneel, numa empresa que não pode nem demitir. Já uma empresa privada poderá conseguir operar essas empresas com lucro. O maior exemplo é Celpa, distribuidora do Pará, que, sob o comando da Equatorial Energia , em 2 anos passou a gerar Ebitda de 600 milhões de reais – como estatal, em 10 anos não conseguiu isso.