CCR: os investimentos do grupo CCR no último trimestre do ano passado, incluindo o ativo financeiro e gastos de manutenção, totalizaram R$ 1,2 bi (Valéria Gonçalves/Site Exame)
Reuters
Publicado em 6 de março de 2017 às 18h46.
São Paulo- A CCR teve lucro líquido de 169,5 milhões de reais no quarto trimestre, queda de 30,8 por cento ante o mesmo período do ano anterior, em meio a recuo no tráfego, segundo dados divulgados pela empresa de concessões de infraestrutura nesta segunda-feira.
No quarto trimestre, a receita líquida somou 1,69 bilhão de reais, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2015, com o tráfego consolidado apresentando recuo de 7 por cento no período.
De acordo com o gerente de Relações com Investidores da CCR, Marcus Macedo, a fraqueza da economia refletiu no comportamento do tráfego nas rodovias das concessionárias da empresa, mas o forte controle dos custos ajudou o Ebitda.
O lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado do grupo ficou em 988 milhões de reais, acréscimo de 0,4 por cento.
No fim de dezembro, a dívida líquida consolidada da CCR atingiu 13,3 bilhões de reais, com a relação dívida líquida sobre Ebitda dos últimos 12 meses em 2,5 vezes, ante 3,2 vezes no final de 2015, quando o valor era de 11,5 bilhões de reais.
Os investimentos do grupo CCR no último trimestre do ano passado, incluindo o ativo financeiro e gastos de manutenção, totalizaram 1,2 bilhão de reais ante 958 milhões um ano antes.
As unidades de negócio que mais investiram no período foram CCR Metrô Bahia, BH Airport, CCR MSVia, CCR RodoNorte e CCR AutoBAn, informou a companhia.
Para 2017, a companhia prevê investir 3,3 bilhões de reais, após ter realizado investimento líquido de 3,5 bilhões de reais em 2016. A previsão no final de 2015 era investir 4,3 bilhões de reais no ano passado.
A CCR captou no mês passado cerca de 4 bilhões de reais em uma oferta pública de distribuição primária de ações com esforços restritos, que têm como objetivo investimentos, mas desde que os retornos sejam considerados adequados pela empresa.
"Temos interesse em aeroportos, em rodovias, mas desde que os retornos sejam adequados. Acredito que o governo deve elevar esses retornos para atrair o investidor", afirmou Macedo, destacando também que as condições atuais de financiamento são muito diferentes em relação ao passado, mais caros.
"À medida que o governo lançar projetos com retornos atraentes, a CCR vai ser uma das participantes desses leilões", reforçou, acrescentando que interessam à companhia projetos nas áreas de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos.
O executivo também destacou que a companhia está atenta a oportunidades no mercado secundário, citando que empresas que estejam à venda também podem ser alvos da CCR, particularmente nos segmentos de rodovias e mobilidade urbana.
A CCR também está atenta a oportunidades no exterior, mas Macedo ressaltou que o foco é claramente o Brasil, diante do potencial de projetos que se espera que sejam lançados no país.
Ele disse ainda que a companhia está em conversações e avaliações de vários projetos, mas não detalhou.