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CCR tem dificuldade para fechar contas e fica de fora de leilão

O prazo para a entrega das propostas para os interessados no leilão marcado para quinta-feira terminou às 16h desta segunda-feira

Aeroportos: "Nós ficamos com dificuldade para fechar as contas para os quatro aeroportos. Nossa decisão foi por não apresentar (proposta)" (./Wikimedia Commons)

Aeroportos: "Nós ficamos com dificuldade para fechar as contas para os quatro aeroportos. Nossa decisão foi por não apresentar (proposta)" (./Wikimedia Commons)

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Reuters

Publicado em 13 de março de 2017 às 20h37.

Última atualização em 13 de março de 2017 às 21h00.

São Paulo- A CCR , uma das maiores empresas de concessão de infraestrutura logística do país, decidiu ficar de fora do leilão de quatro aeroportos brasileiros por considerar que os parâmetros definidos pelo governo federal para a disputa impedem a viabilidade dos projetos.

O prazo para a entrega das propostas para os interessados no leilão marcado para quinta-feira terminou às 16h desta segunda-feira.

A Reuters apurou que quatro grupos apresentaram documentação no prazo, bem abaixo de sinalizações do governo na semana passado, que indicavam pelo menos oito empresas interessadas.

"Nós ficamos com dificuldade para fechar as contas para os quatro aeroportos. Nossa decisão foi por não apresentar (proposta)", disse à Reuters o diretor de novos negócios da CCR, Leonardo Vianna.

Segundo ele, o principal motivo para a empresa que já opera a concessão do aeroporto de Confins (MG) ter ficado de fora do leilão dos terminais de Salvador, Porto Alegre, Fortaleza e Florianópolis foi "o problema da demanda".

"Na hora que a gente simula a demanda (de passageiros) projetada com os estudos apresentados pelo governo a defasagem é muito grande", disse Vianna, acrescentando que no caso de Salvador a diferença chegava a cerca de 20 por cento.

A CCR arrematou em consórcio o aeroporto de Confins em novembro de 2013, com lance final de 1,82 bilhão de reais, ágio de 66 por cento.

O executivo também citou dificuldades em torno de financiamento dos investimentos previstos para os aeroportos, que segundo ele foram subavaliados pelo governo federal, além de participação menor do BNDES nos projetos ante leilões anteriores.

A empresa finalizou em fevereiro um aumento de capital de mais de 4 bilhões de reais, e Vianna afirmou que novas oportunidades para a empresa podem se apresentar via aquisições.

"O mercado (de aquisições) está bastante aquecido, muita gente em dificuldades querendo vender ativos, estamos acompanhando", disse o executivo sem dar mais detalhes.

Além de não participar do leilão dos aeroportos, a CCR ficou de fora da disputa pelo conjunto de estradas Rodovias do Centro-Oeste Paulista, vencida por um fundo gerido pelo Pátria Investimentos, que ofertou ágio de cerca de 131 por cento pelo valor mínimo definido no edital.

Vianna comentou que no caso das rodovias paulistas leiloadas na semana passada a conta também não fechava para a CCR, que administra o principal corredor rodoviário entre os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a rodovia Presidente Dutra.

O executivo afirmou, no entanto, que a CCR tem interesse pelo conjunto de estradas Rodovias dos Calçados, que irá a leilão em 25 de abril. "Ainda estamos estudando a concessão ... Rodovia é nosso principal negócio."

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