Negócios

Cauã Reymond, Deborah Secco e mais: ‘Netflix da publicidade' fatura R$70 mi levando famosos até PMEs

O publicitário Allan Barros fundou a startup Aceleraí para democratizar o acesso de pequenos e médios negócios a grandes celebridades

Giovanna Antonelli, Jojo Todynho, Cauã Reymond, Rodrigo Faro e Deborah Secco são alguns artistas que fazem publicidade para PMEs na startup Aceleraí (Globo/RecordTV/Divulgação)

Giovanna Antonelli, Jojo Todynho, Cauã Reymond, Rodrigo Faro e Deborah Secco são alguns artistas que fazem publicidade para PMEs na startup Aceleraí (Globo/RecordTV/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 14 de junho de 2024 às 06h37.

Última atualização em 14 de junho de 2024 às 06h38.

Não é de hoje que as celebridades têm um poder de influenciar as decisões de compra dos consumidores. Com alcance massivo, os artistas garantem visibilidade e reconhecimento da marca de forma rápida. Qual empreendedor não gostaria de ter uma celebridade divulgando seu produto ou serviço?

O alcance crescente das redes sociais trouxe mais gente para o mundo publicitário e, nem sempre, atores, cantores e até atletas famosos conseguiram se posicionar tão bem quanto criadores de conteúdo nas redes sociais, explica o publicitário Allan Barros.

Em 2019, ele criou a Aceleraí, uma espécie de "Netflix da publicidade", para democratizar o acesso de pequenos e médios negócios a grandes celebridades.

"No final todo mundo ganha. O artista se posiciona digitalmente e o empreendedor tem acesso a figuras públicas em sua publicidade por um preço que eles não conseguiriam pagar no modelo tradicional", explica o fundador.

Fundada em 2019, a startup Aceleraí tem mais de 100 celebridades em seu portfólio. Artistas como Cauã Reymond, Giovana Antonelli e Deborah Secco, passando por Jojo Todynho e Rodrigo Faro estão ao alcance de pequenos e médios empreendedores.

A startup possibilita que uma pequena rede de mercados, floricultura ou concessonária de carro, por exemplo, acessem grandes celebridades.

Atuando em mais de 160 segmentos, a startup chegou a marca de 10 mil campanhas e 5 mil clientes em 2023, ano no qual faturou R$ 70 milhões, o triplo do ano anterior.

Como a startup foi criada

Com uma carreira consolidada em publicidade para o varejo, Allan Barros tem longas passagens pela Lojas Marabraz e Casas Bahia. "Eu fiz o contrato do Zezé Di Camargo e Luciano com a Marabraz", conta.

Ele já era dono da agência de publicidade Pullse quando decidiu desenvolver uma solução focada em pequenos e médios empreendedores. "O mercado é cante de soluções para os empreendedores", explica.

Com o avanço das redes sociais e vendas via WhatsApp, Barros criou a startup Aceleraí de olho em empreendedores que podem investir R$ 10 mil por mês em publicidade.

"Com esse valor o empreendedor se divide entre impulsionar e produzir conteúdo para as redes e jamais conseguiria ter acesso a grandes celebridades".

Como funciona o modelo de negócio

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O Aceleraí funciona como um grande streaming de conteúdo publicitário. Topo tipo de conteúdo, desde mensagens de áudio, vídeos e posts para redes socias, é gravado de forma mais genérica pelos artistas. Os conteúdos são agrupados por segmentos. Atualmente a biblioteca de conteúdo da startup conta com 800 mil conteúdos, dos quais 25 mil já foram utilizados.

Com o uso de inteligência artificial (IA), os conteúdos são customizados para cada cliente. "É possível fazer o artista falar o nome da marca com IA", diz o fundador. A tecnologia é responsável por cruzar frases que, juntas, geram mais de 8 mil possibilidades de roteiro a cada diária de gravação com o artista escolhido.

"Para a celebridade o processo é muito bom. Com uma diária ele consegue fazer milhares de campanhas, nós escalamos o tempo de produção dele", diz.

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Precificação

O empreendedor pode contratar o serviço por no mínimo três meses. O pacote mínimo inclui peças para redes sociais, TV, outdoor, spot de rádio, por exemplo.

A precificação tem como base o valor nacional do artista, que é subdividido em blocos baseados no PIB de cada cidade e de cada região do Brasil. O segmento do negócio também faz parte da conta. Ou seja, o preço de um mesmo pacote pode variar de valor de acordo com a cidade e tipo de empreendimento.

"Nossa ideia é democratizar o acesso a publicidade de qualidade. Um empreendedor de uma cidade pequena no interior do país vai pagar menos por uma campanha do que uma grande cidade no estado de São Paulo", explica o fundador.

Cada região pode ter até três campanhas ativas na mesma região. A ideia é não ter uma super exposição dos artistas. Além disso, todas as PMEs passam por uma avaliação financeira, jurídica e de reputação antes de serem aprovadas como clientes.

Agora, o CEO quer apostar na oferta de novos serviços para pequenas e médias empresas para seguir crescendo, além de expandir o número de celebridades no portfólio. Músicos e ex-atletas olímpicos já estão no radar. Com isso, a startup espera dobrar de tamanho em 2024 e chegar aos R$ 200 milhões no próximo ano.

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