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Caso Panamericano leva bancos a revisarem compras de carteira

Instituições temem que "malabarismos", como o do banco do Grupo Silvio Santos, apareçam

Fundo Garantidor de Crédito nega que bancos tenham problemas ao vender carteiras (Wikimedia Commons/EXAME.com)

Fundo Garantidor de Crédito nega que bancos tenham problemas ao vender carteiras (Wikimedia Commons/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2010 às 12h00.

São Paulo - Pelo menos dois dos maiores bancos do País estão revisando suas regras para a compra de carteiras de crédito de outras instituições após o Banco Central detectar suspeita de fraude no Banco Panamericano SA, disse Renato Martins Oliva, presidente da Associação Brasileira de Bancos, que reúne bancos pequenos e médios.

“Alguns bancos estão estudando o instrumento da cessão das carteiras de crédito e a forma de contabilização, para saber se não existem outros fazendo malabarismos como o Panamericano”, disse Oliva, por telefone, de São Paulo. Ele se recusou a identificar as instituições.

Os bancos não estão tendo dificuldades em vender carteiras a outras instituições para se financiar, segundo o presidente do Fundo Garantidor de Crédito, Gabriel Jorge Ferreira.

“Não tivemos absolutamente nenhuma evidência nessa direção”, disse o executivo em entrevista na última terça- feira, em São Paulo. “Como foi anunciado que teria havido duplicidade dos créditos no balanço do Panamericano, os bancos estão melhorando os controles, o que me parece razoável.”

No dia 9 de novembro, o Panamericano anunciou que recebeu um socorro de R$ 2,5 bilhões do FGC, tendo como garantia as 44 empresas do controlador do banco, o Grupo Silvio Santos. A ajuda foi feita via uma emissão privada de debêntures totalmente adquiridas pelo fundo, com prazo de dez anos e carência de três anos para início do pagamento.

O socorro ocorreu, segundo comunicado à Comissão de Valores Mobiliários, após o BC ter encontrado “inconsistências contábeis”. Segundo o BC, houve dupla contabilidade na venda de carteiras a outros bancos.

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