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Casio mira expansão no país com foco na linha de relógios premium G-Shock

Em entrevista exclusiva à EXAME, executivos detalharam os planos para crescer no mercado brasileiro com produtos de maior valor agregado

Linha G-Shock é responsável por 60% da receita global do grupo japonês (Casio ga/Divulgação)

Linha G-Shock é responsável por 60% da receita global do grupo japonês (Casio ga/Divulgação)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 5 de outubro de 2020 às 13h31.

A Casio está preparando uma nova estratégia para crescer no mercado brasileiro, com foco na linha de relógios G-Shock, que representa 60% da receita global do grupo japonês. A empresa acaba de assumir toda a operação de distribuição da divisão de relógios, antes parcialmente terceirizada no Brasil, vai investir no e-commerce próprio e na ampliação do canal de vendas a joalherias.

A linha G-Shock tem como proposta principal a forte resistência a choques e impactos. No Brasil, os preços variam desde 399 reais até mais de 5.000 reais e, segundo a empresa, o plano é ampliar o portfólio.

"Não há produtos similares à linha G-Shock no Brasil. Somos reconhecidos globalmente pela alta qualidade e design", afirma Masaaki Fujino, diretor comercial da Casio Brasil, em entrevista exclusiva à EXAME.

A Casio atua nas divisões de relógios, instrumentos musicais e calculadoras. Em 2020, a empresa prevê igualar as vendas do ano passado no país, mas na linha G-Shock a previsão é de um crescimento de 15% da receita.

A estratégia ocorre mesmo diante da alta de quase 40% do dólar no acumulado do ano, o que impacta diretamente as operações da companhia, que importa 100% do seu portfólio.

Rodrigo Garavelli, gerente de vendas da divisão G-Shock no Brasil, explica que a partir de 1º de outubro a Casio assumiu a distribuição da linha em todo o país, o que vai contribuir para elevar as vendas neste ano.

Além do apelo ligado a esportes radicais, a marca acredita que o alto valor agregado dos relógios deve impulsionar a demanda no mercado premium.

"A maior parte das vendas da linha G-Shock ainda é nas categorias de entrada no Brasil, mas estamos negociando com redes de joalherias renomadas. O potencial é enorme", garante Garavelli. "Os relógios da linha acabam sendo também um objeto de desejo, vão além dos benefícios de resistência e funcionalidade."

Com uma carteira de quase 3.000 clientes cadastrados, o principal canal de vendas da divisão ainda é o de lojas especializadas em relógios, além do comércio ligado a esportes.

Por esse motivo, a empresa afirma que a estratégia para entrar no e-commerce próprio, a partir de novembro, levará em conta todos os cuidados com a rede de distribuição. "Não queremos e não vamos nos tornar concorrentes dos nossos clientes."

Pandemia

Garavelli relata que, durante a pandemia, as lojas que vendem as linhas de relógios da Casio ficaram fechadas, o que impactou fortemente a receita deste canal. Porém, segundo o executivo, os clientes que têm operação online conseguiram reverter a situação.

Agora, com a operação da linha G-Shock totalmente internalizada, a companhia está otimista. Além disso, a divisão de instrumentos musicais da Casio (que inclui teclados e pianos) cresceu no mix de vendas da companhia durante a pandemia no Brasil, com os consumidores passando mais tempo em casa e investindo em lazer e entretenimento.

Os executivos da empresa reforçam que a matriz vê um grande potencial no Brasil. "Por se tratar de um país emergente, qualquer empresa precisa considerar o Brasil como um mercado importante. A matriz reconhece isso", diz Fujino.

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