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Casino reafirma que pretende assumir controle do Pão de Açúcar

Desempenho forte da varejista nos mercados emergentes faz com que o presidente Jean-Charles Naouri queira o controle do grupo de Abilio Diniz no Brasil

No começo deste mês, Diniz - sócio brasileiro do Casino - foi forçado a abandonar um plano para unir o Pão de Açúcar com a unidade no Brasil do Carrefour (Edu Lopes/Veja)

No começo deste mês, Diniz - sócio brasileiro do Casino - foi forçado a abandonar um plano para unir o Pão de Açúcar com a unidade no Brasil do Carrefour (Edu Lopes/Veja)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2011 às 13h22.

Londres - O varejista francês Casino disse que uma disputa com o sócio Abilio Diniz no crescente mercado brasileiro não vai mudar os planos do grupo, após ter reportado forte desempenho em países emergentes no primeiro semestre que compensou a queda no lucro em seu mercado doméstico.

O presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, disse nesta quinta-feira que o grupo francês planeja exercer a opção de assumir o controle do Grupo Pão de Açúcar em 2012.

No começo deste mês, Diniz --sócio brasileiro do Casino-- foi forçado a abandonar um plano para unir o Pão de Açúcar com a unidade no Brasil do também francês Carrefour, depois de vigorosa oposição do Casino ao negócio.

O Casino, o Carrefour e o norte-americano Wal-Mart estão buscando uma posição no Brasil para compensar o fraco crescimento em economias desenvolvidas.

Alguns analistas temem que a disputa com Diniz, que é chairman do Pão de Açúcar e importante acionista, possa afetar o desempenho da empresa e eventualmente forçar o Casino a vender sua posição da companhia brasileira.

"Nós não vamos vender nossa participação no Grupo Pão de Açúcar, nem para o Wal-Mart nem para qualquer outro. Esperamos 13 anos para assumir o controle do Pão de Açúcar e não é agora que iremos vender", disse Naouri, referindo-se à opção do Casino para assumir o controle da Wilkes em junho de 2012.

A Wilkes é a holding formada por Casino e Diniz com participação majoritária do capital votante do Pão de Açúcar.

As relações com a diretoria do Pão de Açúcar são "excelentes" e os executivos da companhia brasileira asseguraram ao Casino que não "estão olhando para nada além de uma boa performance operacional", acrescentou Naouri.

Ele disse ainda que vai manter o processo de arbitragem internacional contra Diniz, que teria iniciado a prospecção de um acordo com o Carrefour sem o consentimento do Casino. Mas afirmou que não tem planos de comprar a participação de Diniz do Pão de Açúcar ou tirá-lo da posição de presidente do Conselho.

O Casino teve lucro ligeiramente mais fraco que o esperado no primeiro semestre.

"Foram feitas algumas reafirmações (sobre Brasil)", disse o analista Richard Cathcart, da Espirito Santo. "Mas ainda há incertezas. Nós não sabemos quais serão as próximas ações de Diniz." LUCRO MENOR NA FRANÇA A importância do Brasil e de mercados emergentes no geral foi realçada no lucro operacional do Casino de 571 milhões de euros (821 milhões de dólares) no primeiro semestre, contra previsão de analistas de 580 milhões de euros.

O lucro nas operações internacionais, com foco na América Latina e Ásia, disparou 55 por cento e representou mais da metade do resultado do grupo francês pela primeira vez, graças a aquisições no Brasil e na Tailândia.


O lucro na França, em contraste, caiu 22 por cento após o Casino ter cortado preços para tentar atrair consumidores.

Muitos varejistas europeus estão sofrendo diante de um quadro de consumidores avessos a aumentos de preços, trabalhadores tendo modestos aumentos salariais e medidas de austeridade sendo tomadas pelos governos. No começo deste mês, o Carrefour alertou para uma queda de 35 por cento no lucro na França.

O Casino --que tem 10 mil lojas em 10 países-- informou também que suas vendas subiram 19 por cento, para 16,1 bilhões de euros, um pouco acima das expectativas.

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