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Casino deseja manter dirigentes do grupo Pão de Açucar

Em entrevista ao Le Monde, o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, ressaltou que "respeita e tem total confiança na atual direção do GPA"

Abílio Diniz: Naouri afirmou que o empresário brasileiro poderá permanecer como presidente vitalício do grupo (Raul Junior/EXAME.com)

Abílio Diniz: Naouri afirmou que o empresário brasileiro poderá permanecer como presidente vitalício do grupo (Raul Junior/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 14h45.

Paris - O grupo francês Casino, que se transformou no acionista majoritário do grupo Pão de Açúcar (GPA), deseja que os dirigentes do líder de distribuição no Brasil continue em seus respectivos cargos apesar das desavenças com Abílio Diniz, o presidente do conselho administrativo do GPA.

Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal 'Le Monde', o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, ressaltou que 'respeita e tem total confiança na atual direção do GPA' e em seu diretor-presidente, Enéas Pestana, que, segundo Naouri, deve continuar em cargo.

Em relação ao empresário Abílio Diniz, que no último ano chegou a buscar uma aliança com o Carrefour - rival histórico do Casino na França -, Naouri reconheceu que ficou bem 'decepcionado' com essa atitude.

Apesar deste episódio, o presidente do Casino afirmou que 'respeitará' o contrato assinado com o empresário em 2005, sobre a transferência de controle do GPA, e que o criador da companhia brasileira poderá permanecer como presidente vitalício do grupo.

'A verdadeira questão é a direção operacional do GPA. A equipe atual se comportou de forma profissional durante os episódios do último do ano. Seu dever era dirigir a empresa e isso foi feito muito bem. Paralelamente, o conselho de administração, onde temos a maioria agora, fica responsável pela estratégia que será aplicada pelos dirigentes', ressaltou Naouri.

O presidente do Casino também afirmou que sua aposta na companhia brasileira foi uma operação longa, que passou pelo investimento de US$ 1 bilhão em 1999 e entre US$ 800 e 900 milhões em 2005, quando o grupo passava por uma situação financeira 'frágil'.

Naouri assinalou que essa operação foi feita quando Brasil não era a potência que é agora e que também permitiu que o GPA reduzisse o peso de seu endividamento.

Em relação à proposta de cisão de sociedade apresentada por Diniz, Naouri afirmou que está 'examinado o documento com atenção' e que ainda precisa avaliar 'o interesse' para sua companhia.

'Uma operação como essa não deve ter como único objetivo de satisfazer um ou outro acionista', explicou o presidente do Casino sem dar mais detalhes.

No último ano, o Casino faturou 34,4 bilhões de euros, sendo que dois terços dessa receita procedem de 'países com forte crescimento', enquanto a França representa o terço restante. EFE

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