Negócios

Casino: administradores rejeitam projeto CBD-Carrefour no Brasil

Apenas o empresário Abílio Diniz aceitou a criação do Carreçúcar

Segundo Casino, o projeto é contrário aos interesses" da CBD Pão de Açúcar, "de todos os seus acionistas e da Casino" (Martin Bureau/AFP)

Segundo Casino, o projeto é contrário aos interesses" da CBD Pão de Açúcar, "de todos os seus acionistas e da Casino" (Martin Bureau/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2011 às 14h19.

Paris - Todos os administradores da empresa varejista francesa Casino rejeitaram nesta terça-feira o projeto de aquisição de sua filial brasileira CBD Pão de Açúcar pela grande rival Carrefour, à exceção de Abílio Diniz.

Durante uma reunião extraordinária, o conselho de administração "constatou por unanimidade, à exceção de Abílio Diniz, que o projeto é contrário aos interesses" da CBD Pão de Açúcar, "de todos os seus acionistas e da Casino", declarou o grupo em um comunicado.

Durante uma reunião extraordinária em Paris, o conselho de administração "constatou por unanimidade, à exceção de Diniz, que o projeto é contrário aos interesses" da CBD Pão de Açúcar, "de todos os seus acionistas e da Casino", indicou em um comunicado o grupo, que possui 43,1% do capital da CBD.

O projeto de aquisição apresentado pelo Carrefour no dia 28 de junho entre a número 1 e a número 2 do varejo brasileiro visa a criar um gigante capaz de gerar 30 bilhões de euros em vendas, com sinergias estimadas entre 600 e 800 bilhões de euros.

O conselho de administração da Casino também considerou que o projeto inclui "uma estimativa das sinergias fortemente supervalorizadas", com riscos de implementação "significativos".

Ele também indicou que o projeto é "muito diluente para os acionistas" da CBD, e também "destruidor de valor com a transformação da GPA em uma holding" sofrendo "um forte desconto".

Segundo a Casino, o projeto de aquisição entre a GPA e as atividades brasileiras do Carrefour "baseia-se em uma visão estratégica errônea", na medida em que causará um "reforço significativo" sobre o hipermercado, um tipo de estabelecimento "em declínio", assim como "um desenvolvimento geográfico sem controle em regiões com fraco crescimento".

Os administradores da Casino também alertaram para uma expansão internacional da GPA por meio de uma aquisição de participação minoritária no capital do Carrefour, muito dependente dos mercados desenvolvidos, enquanto as perspectivas de crescimento estão nos países emergentes.

Além disso, a Casino questiona o valor das sinergias anunciado, "que colocariam em 3,2% a receita de 2010" combinada das empresas, "contra uma média da ordem de 1%" das "dez operações comparáveis".

O Cade, autoridade que analisa as fusões no Brasil, corre o risco de gerar "divisões de ativos significativas", preveem os administradores da Casino.

O conselho de administração da Casino também reafirmou "o seu compromisso com a política de desenvolvimento internacional" do grupo "centrada nos países de forte crescimento".

Até o momento a Casino, que obteve uma participação na CBD Pão de Açúcar em 1999, aguardava tranquilamente meados de 2012, data a partir da qual o pacto de acionistas assinado com a família Diniz a autoriza a assumir o controle de sua filial no Brasil.

Jean-Charles Naouri, presidente da Casino, havia classificado este projeto de "hostil" e de "ilegal", e, depois, "de erro estratégico".

Um conselho de administração da Wilkes, holding comum da Casino e dos Diniz, que inclui a CBD, está previsto para 2 de agosto.

Procurado pela AFP, o grupo Carrefour não reagiu às informações.

Acompanhe tudo sobre:Abilio DinizBilionários brasileirosCarrefourCasinoComércioEmpresáriosEmpresasEmpresas abertasEmpresas francesasFusões e AquisiçõesNegociaçõesPão de AçúcarPersonalidadesSupermercadosVarejo

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios