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Casai e Nomah fundem negócios de "short term rentals" e miram presença em toda a América Latina

Fusão da mexicana Casai com a brasileira Nomah inclui um aumento de capital, feito pelos atuais investidores das empresas: Andreessen Horowitz, Monashees e Loft Group

Nico Barawid, da Casai, e Thomaz Guz, da Nomah: 3 mil unidades habitacionais em oferta e 200 mil hóspedes no Brasil e no México (Rogerio Pallatta/Divulgação)

Nico Barawid, da Casai, e Thomaz Guz, da Nomah: 3 mil unidades habitacionais em oferta e 200 mil hóspedes no Brasil e no México (Rogerio Pallatta/Divulgação)

LB

Leo Branco

Publicado em 18 de agosto de 2022 às 11h00.

Última atualização em 18 de agosto de 2022 às 11h33.

Empresas de tecnologia dedicadas ao aluguel de apartamentos por curto prazo — os chamados short stay rentals —, a mexicana Casai e a brasileira Nomah anunciam a fusão dos negócios.

As duas são as maiores empresas da América Latina no segmento.

Combinada, a nova empresa terá 3 mil unidades habitacionais em oferta no Brasil e no México. A base de hóspedes chega a 200 mil.

A fusão inclui um aumento de capital, feito pelos atuais investidores das empresas — Andreessen Horowitz, Monashees e Loft Group. O valor não foi revelado.

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O que faz a Nomah

A empresa de tecnologia do mercado imobiliário Loft adquiriu a Nomah em 2020 e terá participação na empresa combinada.

A Nomah foi fundada em São Paulo, em 2016, pelo administrador Thomaz Guz após uma passagem dele como analista de private equity do fundo Astra Investimentos, além de experiências na ADP e na Air France.

Além dele, compõe o quadro de cofundador o administrador Fabio Bertini.

O negócio surge de um feeling dos sócios sobre a falta de opções no meio do caminho entre uma hotelaria convencional e a oferecida em apps como Airbnb.

Para isso, a Nomah fecha parcerias com incorporadoras para fazer a gestão de prédios residenciais de modo a transformá-los numa acomodação com cara de hotel — e preço de Airbnb.

O dinheiro vem de fees cobradas de:

  • incorporadoras para a gestão dos ativos
  • clientes finais pelo pacote completo de contas típicas de uma estadia um apartamento (aluguel, condomínio, IPTU, luz e internet)

Em seis anos, a Nomah trabalhou com referências do mercado de incorporação, como Even e Setin, e hoje está presente em São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza.

Onde a Casai está presente

A mexicana Casai fez um caminho parecido no México. Fundada em 2019 por Nico Barawid, americano com passagem pela consultoria BCG e pela área de M&A da empresa de renováveis SunEdison e pelos bancos Nova Credit e Beneficial State Bank, todos em São Francisco, no Vale do Silício.

Hoje, a Casai oferece as estadias por curta temporada nos principais destinos turísticos do México e também em alguma cidades brasileiras — São Paulo, Rio, Brasília e Florianópolis.

O investimento no México foi uma porta de entrada para uma ambição de crescer rápido em toda a América Latina — vontade por trás nas negociações entre as duas empresas.

“A hospitalidade é um dos maiores fatores que contribuem para o desenvolvimento econômico da região. Ao longo dos últimos anos, mais e mais pessoas descobriram a cultura, gastronomia, paisagens e história da América Latina", diz Barawid. "A fusão é um passo gigantesco na indústria hoteleira da região.”

Qual é o plano dos sócios

No radar dos sócios está uma expansão para Colômbia e Chile nos próximos meses.

Neste primeiro momento, ambas as empresas manterão suas marcas.

Pelas regras da fusão, Nico Barawid assume como CEO da nova empresa.

Thomaz será nomeado presidente, responsável por integração, cultura, pessoas, estratégia, relações públicas e equipe da Nomah durante a integração — um processo de até seis meses, dizem os sócios das duas empresas.

Nos planos de Guz e Barawid está replicar a tecnologia de reconhecimento facial de hóspedes criada pela Nomah nos sistemas da Casai.

Na via inversa, os times de vendas da Casai devem auxiliar a Nomah na precificação de apartamentos para atender a novos públicos, diz Guz.

Além disso, a nova empresa vai oferecer opções de compra de ações — stock options — a todos os funcionários.

“Queremos que todos os colaboradores se sintam donos do negócio, com o objetivo de construir uma empresa que transforme a forma como as pessoas se hospedam e investem no mercado imobiliário. Isso é só o começo”, diz Guz.

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