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Carros elétricos geram corrida por polo de mineração de US$ 90 bi

A crescente demanda chinesa por baterias de íon de lítio está gerando aumentos de preço significativos e uma explosão de ativos na Austrália

Mina de lítio: esse polo de rápido desenvolvimento está atraindo investimentos e negócios de produtoras globais (Carla Gottgens/Bloomberg)

Mina de lítio: esse polo de rápido desenvolvimento está atraindo investimentos e negócios de produtoras globais (Carla Gottgens/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2017 às 18h13.

Melbourne - A disputa das maiores empresas do mercado de lítio para garantir a oferta do metal usado em produtos de alta tecnologia está se intensificando no coração da indústria de mineração australiana, de 170 anos e US$ 90 bilhões.

A crescente demanda chinesa por baterias de íon de lítio, necessárias para veículos elétricos e para armazenagem de energia, está gerando aumentos de preço significativos e uma explosão de ativos na Austrália, país que já é o maior produtor de lítio.

Esse polo de rápido desenvolvimento está atraindo investimentos e negócios de produtoras globais e também de fabricantes de produtos químicos e baterias, entre outros, na China, o maior consumidor.

A Austrália Ocidental tem quatro operações em produção e mais três projetos importantes sendo adiantados para início de produção. É provável que as principais empresas continuem procurando negócios no estado para garantir uma oferta pelos próximos 20 ou 30 anos, segundo a consultoria Benchmark Mineral Intelligence.

“Há empresas sérias investindo e as pessoas estão começando a garantir os maiores recursos e aqueles de maior duração. A pergunta é: quem é o próximo?”, disse Simon Moores, diretor-gerente da Benchmark Mineral, por telefone, de Londres.

Embora em menor escala, essa “é uma disputa por mercado como a que ocorreu na indústria do petróleo quando BP, Shell e outras chegaram no Oriente Médio nas décadas de 1960 e 1970”, disse ele.

Greenbushes, na Austrália Ocidental, a maior mina de lítio de pedra dura do mundo, está sendo expandida e terá mais do que o dobro de sua capacidade anual, informou a Talison Lithium, uma joint venture da China Tianqi Lithium com a Albemarle, da Carolina do Norte, nos EUA, por e-mail. O local, onde a atividade de exploração começou com o estanho em 1888, já responde por cerca de 30 por cento da produção mundial de lítio, segundo o governo da Austrália. A Tianqi também planeja cerca de 717 milhões de dólares australianos (US$ 578 milhões) em expansões de plantas de processamento.

A Jiangxi Ganfeng Lithium, que tem participações em projetos em países como Irlanda e Argentina, detém cerca de 43 por cento da operação Mt. Marion, na Austrália, e em maio fechou um pacto de oferta e investimento com a Pilbara Minerals para desenvolvimento de minas. A fabricante de baterias Shaanxi J&R Optimum Energy assinou acordo em julho para produção futura do projeto da Altura Mining.

“Essa é a expansão mais significativa da oferta de lítio na história e ainda estamos com uma demanda insuficiente”, afirmou Chris Reed, CEO da Neometals, parceira da Ganfeng e da Mineral Resources na operação de Mt. Marion. Reed deverá discursar na quarta-feira no encerramento do fórum de mineração Diggers and Dealers, com duração de três dias, em Kalgoorlie, na Austrália Ocidental.

A Soc. Química & Minera de Chile, maior fornecedora de lítio do mundo, fez sua primeira incursão fora da América do Sul em julho ao investir cerca de US$ 110 milhões por 50 por cento do projeto Mt. Holland, da Kidman Resources, na Austrália Ocidental, com o objetivo de entrar em produção até 2021, pelo menos. O projeto se somaria à expansão da SQM para a Argentina.

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