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Proposta para união avalia Pão de Açúcar em R$ 17,4 bi

A oferta surge depois que o Pão de Açúcar adquiriu as redes de varejo Ponto Frio e Casas Bahia, operações que ainda não passaram pelo Cade

Proposta surge depois que o Pão de Açúcar adquiriu nos últimos anos as redes de varejo Ponto Frio e Casas Bahia (Divulgação)

Proposta surge depois que o Pão de Açúcar adquiriu nos últimos anos as redes de varejo Ponto Frio e Casas Bahia (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2011 às 12h06.

São Paulo - O Carrefour, segunda maior rede de varejo do mundo, recebeu uma oferta de união com o Pão de Açúcar no Brasil, numa operação que se aprovada por acionistas e autoridades de defesa da concorrência reforçará a liderança do grupo brasileiro no varejo nacional.

A proposta pelas operações brasileiras do Carrefour, que pode criar um grupo com domínio sobre 27 por cento do varejo brasileiro, foi feita por meio da Gama, fundo do banco de investimento BTG Pactual, que conta com apoio do braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDESPar. A oferta avalia o Pão de Açúcar como valendo 17,14 bilhões de reais.

A proposta surge depois que o Pão de Açúcar adquiriu nos últimos anos as redes de varejo Ponto Frio e Casas Bahia, operações que ainda não passaram pelo crivo do órgão de defesa da concorrência no país, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ela também acontece após semanas de rumores sobre contatos do empresário Abílio Diniz, do Pão de Açúcar, com o Carrefour na França.

Pelos termos apresentados, a Gama junto com o BNDESPar formarão a Nova Pão de Açúcar (NPA), que terá 50 por cento do Pão de Açúcar enquanto o Carrefour na França ficará com os 50 por cento restantes da varejista brasileira. Com isso, o grupo de Diniz passaria a ter 100 por cento do Carrefour Brasil.

As ações do grupo Pão de Açúcar, por sua vez, serão incorporadas pela NPA, que passará a ser a única empresa listada no Brasil da rede. A NPA será formada apenas por ações ordinárias e para isso os grupos propõem uma troca na relação de 1 para 1, no caso das ações ordinárias, e de 0,95 papel PN para cada ON, com um preço de referência de 66 reais por ação do Pão de Açúcar.

Às 11h19, as ações do Pão de Açúcar na BM&FBovespa saltavam 4,11 por cento, cotadas 67,7 reais, enquanto o Ibovespa mostrava ganho de 0,93 por cento.

A proposta prevê que a aquisição das lojas do Carrefour vai ocorrer com investimento de 1,7 bilhão de euros do BNDESPar e de 300 milhões de euros pelo BTG Pactual, que também vai arcar com dívida de 500 milhões de euros da rede varejista francesa no Brasil.

"Teremos ganho de escala significativo caso seja aprovada a operação", afirmou a jornalistas Claudio Galleazzi, sócio do BTG e ex-presidente-executivo do Pão de Açúcar.

Segundo a empresa que assessora o Pão de Açúcar, Estáter, as sinergias de uma eventual união da rede com o Carrefour no Brasil têm potencial de elevar o Ebitda da nova empresa combinada entre 1,3 bilhão e 1,7 bilhão de reais ao ano.

"Abílio (Diniz) e Casino continuarão sendo acionistas da NPA (...)", disse o Pérsio de Souza, sócio da Estáter, em referência ao grupo francês que é sócio do empresário brasileiro no Pão de Açúcar e arquirrival do Carrefour na França.

Caso a operação seja aprovada pelos acionistas dentro dos próximos 60 dias, Diniz poderá ter cerca de 17 por cento da NPA, enquanto o Casino teria uma participação de cerca de 29 por cento na nova empresa.


Souza acrescentou que o acordo de acionistas da Wilkes, holding em que Casino e Diniz dividem o controle do Pão de Açúcar, "não será alterado" e afirmou ainda que se o Casino não aprovar a operação, a união das redes "não sai".

Segundo representantes da oferta da Gama, o Casino rejeitou tentativas anteriores de conversas e agora a empresa vai tentar no próximos dias negociar a aceitação da operação pela rede francesa.

"Só podemos falar com o Casino, se eles quiserem falar sobre o assunto. Não há hostilidade. Todos os acionistas poderão avaliar no prazo de 60 dias", disse Carlos Fonseca, sócio do BTG Pactual.

O grupo informou que está preparando uma apresentação da proposta para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas não há um prazo para a entrega dos documentos.

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