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Carrefour deve adotar estilo mais agressivo

Ao entrar na sociedade, Abilio Diniz criou um grupo de trabalho que tem a meta de tornar a operação mais agressiva


	Loja do Carrefour em São Paulo: a ordem é melhorar a performance de cada loja, com base em pesquisas com consumidores que miram todo o tipo de insatisfação
 (Daniela Toviansky/EXAME.com)

Loja do Carrefour em São Paulo: a ordem é melhorar a performance de cada loja, com base em pesquisas com consumidores que miram todo o tipo de insatisfação (Daniela Toviansky/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 09h50.

São Paulo - O "toque" de Abilio Diniz já está presente no dia a dia do Carrefour Brasil. Depois de se tornar dono de 10% da operação local em dezembro, o empresário indicou dois executivos para reforçar a equipe da companhia.

Ao entrar na sociedade, Abilio Diniz criou um grupo de trabalho que tem a meta de tornar a operação mais agressiva.

A ordem é melhorar a performance de cada loja, com base em pesquisas com consumidores que miram todo o tipo de insatisfação: com o atendimento, com a espera na fila dos caixas e com o sortimento de mercadorias.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a ordem é que esse grupo apresente resultados rapidamente.

A ideia é que o Carrefour Brasil já comece a ampliar sua participação de mercado no País a partir do segundo semestre, dando continuidade ao processo de expansão de vendas apresentado ao longo de 2014.

A entrada de Abilio Diniz no Carrefour foi estratégica para o grupo francês, segundo fontes ouvidas pela reportagem.

"Foram dois benefícios diretos: de caixa, que foi direto para os acionistas franceses (com a entrada de R$ 1,8 bilhão pelos 10% de participação), e a entrada de um acionista de referência no mercado brasileiro, o que deve alavancar uma operação de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês)", disse uma fonte.

"O Carrefour está em processo de modernização e tem intenção de lançar ações no mercado brasileiro", disse a fonte. Procurados, Carrefour e Abilio Diniz não comentam o assunto.

A entrada de Abilio no Carrefour ocorreu no início do ano passado, quando o empresário adquiriu cerca de 3% das operações globais da rede francesa em Bolsa.

Em dezembro passado, o empresário adquiriu 10% de participação da subsidiária brasileira. Essa fatia poderá ser elevada para 12% nos próximos meses e atingir 16% antes de o Carrefour fazer abertura de capital no País, afirmam fontes.

Embora o empresário não participe diretamente da gestão da varejista, ele e o executivo Eduardo Rossi, da Península, braço de investimento da família Diniz, passaram a ocupar assento no conselho da companhia brasileira.

Os executivos Antonio Ramatis, ex-Via Varejo, e Sylvia Leão, ex-Grupo Pão de Açúcar e BRF, foram contratados no mês passado pelo Carrefour e assumiram as áreas comercial e de marketing, respectivamente.

"O Carrefour já estava numa trajetória ascendente no Brasil", afirma o especialista em varejo Alberto Serrentino, da consultoria Varese. "E isso ainda sem o reflexo dessa mudança de gestão. Abilio e os novos executivos devem trazer mais agressividade ao negócio."

Concorrência

O Carrefour, porém, não está se mexendo sozinho. O Pão de Açúcar, seu principal rival, tem ambiciosos planos de expansão em 2015.

A empresa também está reformulando o conceito de hipermercados, apurou o jornal O Estado de S. Paulo, e deverá manter seus planos de expansão de aberturas de mais lojas este ano.

No ano passado, a principal aposta do Casino foi nos minimercados de bairro. Só na França, o controlador do Pão de Açúcar opera 12 mil lojas do tipo.

De janeiro a setembro do ano passado, o grupo abriu 96 lojas de proximidade no País, com a bandeira de baixo custo Extra. Mais recentemente, iniciou a expansão do modelo em bairros de classe alta, com o Minuto Pão de Açúcar.

Para melhorar sua presença regional, o grupo deverá concentrar a abertura de lojas nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste do País.

Em momento de desaceleração, a empresa pretende manter seu perfil agressivo para proteger mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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