Negócios

Carrefour cria comitê de diversidade em resposta à “violência racista”

Entre as recomendações de um grupo de líderes negros à empresa está a "revisão da concepção e da contratação dos serviços de segurança privada"

Carrefour: seguranças serão funcionários da varejista após morte de João Alberto Silveira de Freitas (Guilherme Gonçalves/Fotos Públicas)

Carrefour: seguranças serão funcionários da varejista após morte de João Alberto Silveira de Freitas (Guilherme Gonçalves/Fotos Públicas)

AO

Agência O Globo

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 22h10.

O Carrefour divulgou na noite desta quarta-feira que está criando um comitê externo independente e de Livre Expressão sobre a Diversidade e Inclusão em resposta à “violência racista” que gerou a morte de João Alberto Silveira de Freitas em uma unidade da rede na semana passada, em Porto Alegre.

O grupo faz parte da política de "tolerância zero" que a rede anunciou para a discriminação racial e não terá subordinação ao Carrefour Brasil, será formado por lideranças negras e estudiosos das questões raciais que também acompanharam o fundo racial de R$ 25 milhões que o Carrefour criou depois da morte do consumidor em suas instalações na véspera do feriado da Consciência Negra.

"O mesmo Comitê indicou que, em sinal de respeito à morte de João Alberto Silveira Freitas, nesta quinta-feira (26 de novembro) todas as lojas do Carrefour deverão estar fechadas até as 14h, sendo reabertas com um minuto de silêncio. Todo o resultado de vendas dos dias 26 e 27 será revertido para ações orientadas pelo Comitê, valor somado aos R$ 25 milhões já anunciados e ao resultado de vendas do dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra", informou a rede.

O comitê é formado por Rachel Maia, Adriana Barbosa, Celso Athayde, Silvio Almeida, Ana Karla da Silva Pereira, Maurício Pestana, Renato Meirelles, Ricardo Sales e Mariana Ferreira dos Santos. Eles já elaboraram algumas prioridades de ações para o Carrefour. “Sua maior motivação é o dever moral de tentar impedir que mais pessoas negras morram, com o objetivo de orientar e embasar um amplo plano de ação de combate ao racismo estrutural no varejo e em toda sociedade”, informou a rede de supermercados, em nota.

“No contexto interno, recomendamos a realização imediata de treinamentos intensivos com o quadro de colaboradores e revisão da concepção e da contratação dos serviços de segurança, bem como dos procedimentos adotados na relação com associações de segurança privada e de transporte e respectivas autoridades competentes. Além disso, todas as lojas também serão pontos de divulgação da Política de Tolerância Zero a todo tipo de discriminação”, afirma o documento. O comitê ainda indica que todo o ecossistema da companhia, como fornecedores, precisam ser orientados para seguir boas práticas raciais e que “serão estabelecidos indicadores para aferir o cumprimento e adequação a essas orientações”.

O comitê ainda indica que a loja onde ocorreu o crime permaneça fechada no dia 26 de novembro. E a empresa ainda estabelece um prazo de 15 dias para a divulgação de um detalhado e minucioso plano de orientação e embasamento das ações do Carrefour Brasil”.

Acompanhe tudo sobre:CarrefourDiversidadeMortesNegrosPorto AlegreRacismo

Mais de Negócios

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil