Na capital de São Paulo, o segmento hoteleiro tem estimativa de faturar R$ 32,7 milhões na folia, em razão dos desfiles das escolas de samba e, também, dos tradicionais blocos carnavalescos (Divulgação: PeopleImages/Getty Images)
Repórter
Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 16h01.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2024 às 18h00.
Uma das festas mais típicas do Brasil promete movimentar o setor do turismo no Brasil, podendo injetar 9 bilhões de reais na economia, o que representa aumento de 10% em relação ao ano passado, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Dentro do setor, a hotelaria tem um grande destaque, porque segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis- ABIH Nacional, o Carnaval deste ano promete superar os impactos da pandemia e chegar a números semelhantes aos de 2019.
Após as restrições impostas pela pandemia que atingiram diretamente o setor, o ano de 2023 foi um ano de recuperação, afirma Manoel Linhares, presidente Associação Brasileira da Indústria de Hotéis- ABIH Nacional. “Foi um período em que muitos hotéis ficaram fechados e os que permaneceram abertos operaram com uma ocupação entre 5% e 8%, enquanto o ponto de equilíbrio do negócio é de 50%”.
Neste cenário, o executivo reforça que o avanço econômico com o Carnaval 2024 deve voltar pela primeira vez aos patamares pré-pandemia. “A previsão é termos uma ocupação hoteleira 10% maior do que a registrada em 2023”, diz Linhares.
A Bahia, como em 2023, deve atingir 100%, principalmente, nas cidades onde há festas famosas, segundo a ABIH Nacional.
“Na Bahia, a hotelaria formalmente estabelecida nestes dias de Carnaval deve faturar cerca de 360 milhões de reais somente com diárias, considerando gastos extras com alimentos e bebidas e outros serviços deve superar os 400 milhões de reais,” afirma Wilson Spagnol, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do estado da Bahia.
Entre as cidades mais procuradas neste período são: a capital Salvador, Porto Seguro, Morro de São Paulo, Boipeba, Mata de São João, Chapada Diamantina, Prado, Ilhéus e Itacaré. “Na hotelaria formalmente estabelecida nestes dias de Carnaval a Bahia deve receber cerca de 300 mil hóspedes, sem considerar turistas em casas de família”, diz Spagnol.
Pernambuco deve registrar aumento de cerca de 10% em comparação ao mesmo período do ano passado, chegando a 90% de ocupação no Carnaval 2024, segundo o presidente da ABIH Nacional.
As cidades que possuem mais demanda no momento são: Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, em função das grandes festas carnaval.
“Além desses, outros municípios da Região Metropolitana do Recife, como Paulista, e municípios do interior do estado, como Bezerros e Triunfo, também têm sua própria tradição carnavalesca, com desfiles de blocos, troças e festas populares. Como o período é considerado feriado em alguns estados, também recebemos quantidade expressiva de turistas nas praias do estado, como Ipojuca (Porto de Galinhas), Tamandaré e Itamaracá”, diz Carlos Periquito, diretor-executivo da ABIH de Pernambuco.
Em São Paulo, os quatro dias de Carnaval vão movimentar cerca de R$ 105 milhões nos hotéis do estado de São Paulo, que devem ter taxa de ocupação de até 70%, no período. É o que revela levantamento realizado pela Federação de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Estado de São Paulo (Fhoresp) em parceria com o Instituto de Desenvolvimento, Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente (IDT-CEMA). A análise engloba a capital, o litoral paulista e as cidades do interior do estado paulista.
Hotéis de regiões denominadas “de Interior e de Lazer”, segundo pesquisa da Fhoresp e do IDT-CEMA, devem movimentar a maior fatia dos quase 105 milhões de reais previstos - R$ 41,6 milhões, o que corresponde a 57,3 mil unidades de hospedagem.
“Nestas localidades, a projeção é de taxa de ocupação de 85% no Carnaval. Entre as cidades que se encaixam neste cenário, Campos do Jordão-SP, Olímpia-SP, Serra Negra-SP, Socorro-SP e Águas de Lindóia-SP”, afirma Bruno Omori, diretor de Hospitalidade e Jogos da Fhoresp e presidente do IDT-CEMA.
Na capital de São Paulo, o segmento hoteleiro tem estimativa de faturar R$ 32,7 milhões na folia, em razão dos desfiles das escolas de samba e, também, dos tradicionais blocos carnavalescos, afirma o presidente do IDT-CEMA.
“As atividades no Sambódromo (do Anhembi) é o que mais impacta positivamente a hotelaria na capital. Para se ter ideia, este equipamento tem capacidade para abrigar, de uma só vez, 45 mil pessoas. Ocorre que, aproximadamente 20% desse total vêm de fora e se hospedam nos hotéis e em endereços similares da cidade, por dia”.
O litoral paulista terá a maior taxa de ocupação durante o Carnaval de 2024, de acordo com o estudo. A Baixada poderá alcançar 90%, já que muitos turistas devem procurar as praias como destino para os dias de folia. No entanto, trata-se de região com menor participação em valores: 18 milhões de reais do total a ser movimentado no setor hoteleiro.
O Rio de Janeiro, segundo o presidente da ABIH Nacional, deve chegar a 87%, aumento de 35% em relação ao ano passado.