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Carlos Slim é maior perdedor entre 400 mais ricos do mundo

Desde o início de 2015, a fortuna do mexicano caiu em quase US$ 20 bilhões, ou aproximadamente o tamanho da economia de Honduras; sobram US$ 52,8 bilhões

Carlos Slim (Mark Wilson/Getty Images)

Carlos Slim (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2015 às 14h32.

Cidade do México – Carlos Slim teve um ano difícil, o pior entre as pessoas mais ricas do mundo. Desde o início de 2015, a fortuna do executivo mexicano caiu em quase US$ 20 bilhões, ou aproximadamente o tamanho da economia de Honduras, para US$ 52,8 bilhões, segundo o índice Bloomberg Billionaires.

As ações de sua gigante das telecomunicações, a América Móvil, seguem para o maior declínio desde 2008. A empresa sofreu com pressões regulatórias no México, onde atualmente é forçada a compartilhar a infraestrutura que lhe permitiu dominar o mercado de telefonia móvel e linhas fixas durante mais de uma década.

Entre as condições que estão jogando contra a América Móvil estão: uma perspectiva sombria para a economia brasileira, seu segundo maior mercado; concorrentes mais fortes em seu país; e oportunidades limitadas para expansão na Europa. Slim, agora a quinta pessoa mais rica do mundo — era a terceira no início deste ano — é dono de 57 por cento da empresa.

A ação, que caiu 18 por cento neste ano, perdeu a posição mantida há tempos de ação com maior peso sobre o índice de referência do México, fazendo de Slim o maior perdedor entre as 400 pessoas mais ricas do mundo.

“Realmente não existe nenhuma ocorrência de curto prazo que possa deixar os investidores animados então o foco se voltou para a piora da rentabilidade no mercado mexicano”, disse Kevin Smithen, analista da Macquarie Securities USA, em entrevista, de Nova York. “Você realmente precisa ver uma estratégia de expansão mais confiável na Europa ou evidências de uma recuperação financeira no Brasil” para que os preços das ações subam.

Um assessor de imprensa da América Móvil preferiu não comentar.

A empresa de telecomunicações tem dependido do Brasil, Áustria e EUA para crescer porque a regulamentação enfraqueceu a vantagem competitiva que a América Móvil aproveitou no México, onde controla cerca de 70 por cento de todos os telefones celulares e 62 por cento das linhas fixas.

Além disso, a AT&T comprou duas empresas rivais no México — a Nextel México, da NII Holdings, e a Grupo Iusacell —, pressionando os preços e aumentando a batalha pelos usuários em seu mercado doméstico.

A margem de lucro no México encolheu para 40,3 por cento no último trimestre, contra 44,8 por cento um ano antes, com base no EBITDA, e deverá cair novamente no ano que vem, segundo relatório do Credit Suisse em dezembro.

Embora a decisão da América Móvil de separar cerca de 11.000 torres de telefonia celular para aluguel no início deste ano provavelmente reduza sua dívida, isto é pequeno em relação ao tamanho da empresa, segundo o relatório.

“A mudança na regulamentação do setor de telecomunicação no México atraiu a concorrência e agora a AT&T está investindo pesadamente para criar um player forte no setor de telefonia celular no país”, disse o analista Daniel Federle, do Credit Suisse, na nota. “A concorrência ficará mais dura nos próximos anos”.

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